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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Junho 20, 2025

imsilva

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Está fotografia foi tirada na salinha de espera de uma costureira, que é a minha salvação. Apertar calças, resolver rasgões, modificar vestidos, tudo o que a minha mãe resolvia, hoje resolve a abençoada costureira.

Creio que hoje em dia as costureiras são a salvação de muito boa gente. Com as mulheres a trabalharem fora de casa, os maridos a trabalharem fora de casa, e as crianças todo o dia na escola, quem tem tempo de pegar na agulha e no dedal, para já não falar dos carrinhos de linhas?

Coso alguma bainha e bolsos de avental do Restaurante, mas mais do que isso, não me peçam, por favor.

Hoje foi o dia de a visitar, levar umas peças e trazer outras, já prontas.

Spirela, spirela, já está! (quem se lembra?)

 

Junho 13, 2025

imsilva

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Hoje é dia de Sto. António. Entre manjericos, casamentos, marchas e bailaricos, Lisboa avança e dança. A necessidade de alienação fala mais alto, diria mais, é uma fuga ao dia a dia, que tanta dores de cabeça dão. Virá o S. João, e os portuenses farão também jus ao seu padroeiro, vivendo por todo o alto uma noite sem igual. Por aqui celebra-se o S. Pedro, e no adro da igreja haverá doces vendidos em barraquinhas a favor da sua paróquia, enquanto no palco toca-se música com a prata da casa que trata bem do assunto.

É tão fácil ser feliz. É tão fácil esquecer problemas mundiais, pessoais, problemas que nos dizem respeito enquanto portugueses, mas fingimos que não. Não critico, não posso criticar, se assim não fosse o que seria de nós? Precisamos de intervalos nas tristezas que agarram os nossos corações e os apertam até doer. Viver sempre na angústia faz viver menos, por isso precisamos dos intervalos, para de alguma maneira podermos esticar um pouco mais.

Agarrem o vosso manjerico, não o cheirem, passem-lhe a mão e aí sim, cheirem o aroma que lá ficou, dêem uns passinhos de marchas, olhem para o céu, que é uma beleza todos os dias, colham uma flor e por momentos esqueçam as agruras desta vida, normalmente não vão embora tão facilmente, continuarão lá à vossa espera. 

Caminhando

1 Foto, 1 Texto

Junho 06, 2025

imsilva

 

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Caminho sobre a natureza morta.

Folhas que perderam cor, e o posto que em cima da árvore tinham quando olhavam o horizonte.

Agora, juntaram-se aos galhos, às pedras e às pegadas dos passeantes.

Caminho não sei para onde, o trilho me guiará para um destino incógnito, e continuarei a pisar chão, a pisar a terra e a sentir que há caminho.

Os passos vão-se dando, um pé à frente do outro. Não quero escorregar ou cair, tenho que seguir em frente, sem desvios nem atrasos, algo me espera, e eu espero por algo.

Caminho, mas não vou só, a esperança me acompanha.

Palavras e cerejas

1 Foto, 1 Texto

Maio 23, 2025

imsilva

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Eu sei, na foto só existem palavras, faltam as cerejas, mas como eu faço e resolvo tudo à última da hora, foi o que se pode arranjar.

Dizem que as palavras são como as cerejas, quem come uma não consegue parar de as comer, ou de as ler...

ADORO cerejas, mas num belo dia da minha adolescência, tive o azar de comer muitas e só no fim descobrir que tinham bichinhos. Alguém se lembrou de abrir uma e lá estavam umas parvas de umas lagartinhas a dar ao rabo. Deixei de as comer, e ao fim de bastante tempo, atrevi-me a tentar novamente tendo o cuidado de as abrir primeiro. Foi um verdadeiro trauma. 

As palavras também têm o seu quê, podem ser pétalas de flores ou pedras arremessadas sem dó nem piedade. Eu ADORO (para que não se sintam menos do que as cerejas) palavras. Escritas, lidas, pensadas, faladas, nunca deixarão de ter uma tremenda beleza, em qualquer uma das formas terão sempre o poder do entendimento, a força da interpretação, a importância da expressão de pensamentos.

Por isso pego num livro, abro-o e perco-me lá dentro. Entro noutros sítios que não o meu, viajo por outras paragens, e leio palavras de outros que sabem utilizá-las muito bem, que sabem brincar com elas e nos transportar a situações que nos ensinam tanto, que nos fazem rir, chorar, pensar e muitas vezes tirar conclusões preciosas para a nossa vida. Mostram-nos realidades que não conhecemos no nosso entorno mas que muitas vezes existem camufladas de caras sorridentes, dizem-nos verdades que não imaginaríamos, e dão-nos esperança com a imaginação, quando nos contam histórias de princesas e de príncipes encantados.

Eis o porquê da minha paixão por palavras, porque nos dão mundos que nos ajudam a viver no nosso, porque nos ajudam a entender os nossos pares e a podermos dizer de nossa justiça, sempre que necessário for.

Mas tenhamos cuidado, demos-lhes uma boa utilização, não as desperdicemos em maus dizeres ou em insultos gratuitos que magoam quem as ouve. As palvras são tão bonitas, não as estraguem.

 

Quanto tempo nos resta?

1 Foto, 1 Texto

Maio 16, 2025

imsilva

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Pode ser anos, pode ser meses, pode ser 1 dia, ou num segundo tudo acabar.

Abnegadamente tememos, pensamos, tentamos fazer o apanhado do que já foi e do que gostaríamos que ainda fosse sem qualquer garantia de cumprimento.

Sentimo-nos maiores do que os que não conseguiram continuar, dos que já não conseguiram realizar os seus sonhos, porque não conseguimos imaginar, nem aceitar que há uma roleta, pronta a indicar um qualquer dos que por aqui andam a sorrir (ou não), e o ponteiro não tem discriminações.

E depois temos os que já vividos sonhos, alegrias e desgostos, esperam com a angústia no olhar o seu momento. Tentam racionalizá-lo sem grandes resultados. Tentam convencer-se que já fizeram tudo quanto podiam fazer, e que chegou a sua hora, mas não conseguem disfarçar que é mentira. Querem ver os filhos a vingar na vida, os netos e os bisnetos a crescer, querem estar lá para eles, para lhes dar um conselho, para dar aquela ajuda moral que só os mais velhos sabem dar.

No entretanto, o sol continua a aparecer todos os dias, porque mesmo encoberto sabemos que está lá. Vamos dando os passos que nos levam a vitórias e derrotas, a lágrimas e a risos. Vamos dando abraços aos que nos rodeiam sem saber se será o último, e ainda bem que assim é. 

Quem quer saber até quando é que cá estamos? Não vale a pena, olhem para o céu, não é lindo?

 

 

 

 

Maio 14, 2025

imsilva

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Lágrimas Ocultas - Florbela Espanca 

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida …

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago …
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim …

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

- ✍️ Florbela Espanca 

Quando me perdi de mim...

1 Foto, 1 Texto

Maio 09, 2025

imsilva

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Quando me perdi de mim, me perdi do mundo, das cores, dos cheiros, dos sons, do querer

Quando me perdi de mim, veio a escuridão, veio o silêncio, veio o medo

Quando me perdi de mim, me perdi no vento norte e me arrastei por um céu inóspito que não me quis recolher

Quando me perdi de mim, perdi a minha sombra encerrada no vazio, perdi as recordações que me seguravam, perdi o amor que me obrigava a viver

 

 

Abril 30, 2025

imsilva

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Qual será a percentagem de empatia no ser humano? 

Vemos situações caricatas, por vezes na televisão ou nas redes sociais, em que pessoas passam por quem precisa de uma ajuda, seja com um carrinho de bebé, seja um idoso (ou não) que deixa cair sacos com que ia carregado, seja alguém com dificuldade a subir ou descer uma escada, seja uma pessoa com algum tipo de deficiência a atravessar uma rua, e o que fica comprovado é que há um mínimo de pessoas que se preocupam em dar algum tipo de ajuda, e muitas que simplesmente ignoram. 

É assustador saber que seres humanos não sentem qualquer coisa pelas dificuldades de outros. Que não sabem por-se no lugar do outro, que julguem que são maiores e que não precisarão de ajuda na sua vida.

Sabemos como o mundo está, matar não custa nada, destruir o pouco que os outros têm é ordem do dia, sofrimento alheio não dói. Acabamos de ter algo inédito como um apagão em vários países, que duvido que algum dia saibamos como e porquê. Cada um vai por si, compra toda a água que houver, porque não interessa que os outros também a necessitem.  

É triste, é um fado amargo, é a sensibilidade a desaparecer num mundo que já foi de entreajuda e onde uma aldeia criava as crianças da comunidade, onde o que havia era de todos. Falo de outros tempos longínquos, porque hoje existem seitas que tentam o mesmo método, mas com gatos escondidos de rabo de fora, o que invalida completamente algum bom propósito.

Estendamos a mão ao próximo, olhemos para o lado e vejamos quem está lá. Sempre ouvi dizer que um copo de água não se nega a ninguém, estejamos atentos àqueles que têm sede. Solidariedade precisa-se!

Tentando responder à pergunta feita no princípio, creio que a percentagem é capaz de, com alguma boa vontade da minha parte neste número, bater os 10%. Aceitam-se outras opiniões. 

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