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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Fevereiro 28, 2020

imsilva

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Mandaram-na desejar, e ela desejou, sonhou e ansiou

E quando olhou para o sol, sorriu

Era outro dia, mas... era diferente...

Tem cuidado com o que desejas, lhe disseram

E ela teve cuidado, desejou muito e bem

A luz era maravilhosa,

com as tonalidades mais belas que se possam imaginar

Cada uma a ser suplantada pela outra

Os sons eram absolutamente divinais

Murmúrios apaixonados da Natureza

Repercutindo notas de amor ao vento

O sentimento de gratidão e felicidade subia gradualmente

Até ser algo que já não cabia

Até extravasar pelos sentidos

Todos os passos foram dados

como se não acontecessem

e não tivessem existido

A brisa pairava e acariciava

e aquecia todas as partículas do seu ser

Era fino, era transcendental, era maternal

Até acordar...

Até perceber que não era

Até a vida se apresentar

Até compreender que a luz que vê

é de um dia cinzento

Que o som que ouve é o da chuva

Que o sentimento é de frustração

Que os passos que têm que ser dados, são obrigação

Que a brisa se transformou num ar gelado

direitinho ao coração

Que o medo existe e não se recomenda

E afinal nem existe a paixão

Foi um dia devorado pela percepção da luz

do som, do sentimento, dos passos e da brisa

Mas, mandaram-na desejar, e ela desejou...

Mandaram-na sonhar, e ela sonhou...

 

 

Fevereiro 26, 2020

imsilva

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Agradeço o trabalho, porque a ideia é trabalhar, ou mais vale fechar a porta.

Agradeço aos clientes.

Agradeço aos funcionários. 

Agradeço o fim do Carnaval. Foram 4 dias (qual 3 qual carapuça) non-stop.

Agradeço que hoje, ninguém me diga nada, não me dirigiam a palavra (não me refiro ao blog). É só me deixarem em paz e serei uma pessoa feliz.

 

Fevereiro 21, 2020

imsilva

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O Sr. Manel tinha os seus terrenos quase todos semeados, e bem semeados. Era uma satisfação ver os carreiros de favas, ervilhas, couves, todas as arvorezinhas de tomate com o belo do vermelho. As alfaces eram as melhores daqueles lados, lindas, luzidias, grandes e sem as lesmas parvas que atacam os nossos canteiros. 

Era um orgulho para o Sr.Manel e para a D.Engrácia, os elogios que recebiam, e as belas vendas que faziam quando levavam as suas cestas cheias de maravilhosos exemplos de tudo quanto a terra pode dar, ao mercado da cidade.

Mas ainda havia uma pequena parcela de terra, para experimentar um novo legume de que tinham ouvido falar, e que como pessoas abertas e curiosas que eram, estavam prontos a tentar que resultasse nos seus terrenos.

As dúvidas em relação ao tema eram tantas, que decidiram consultar o tal de Google, de que tanto ouviam falar. Tiveram sérias dificuldades a tentar saber o que pretendiam, em parte por não saberem muito bem o que isso seria, e por outro lado ao terem que se habituar ao tal de Google, com o qual não estavam familiarizados.

Passaram longos serões agarrados ao computador, oferecido por um dos filhos no último Natal. O normal seria estarem a ver a novela das 9, mas a curiosidade e o entusiasmo prevaleciam, e todos os momentos eram poucos para a investigação.

Viram e estudaram os mais variados artigos sobre o assunto, até havia vários a falar em "Permacultura" palavra de que nunca tinham ouvido falar, mas que acreditavam ser o que eles próprios faziam, que era cultivar o mais naturalmente possível, sem pesticidas, nem artifícios que obrigassem os produtos a crescerem mais depressa do que deveriam.

Depois de algumas noites de pesquisa exaustiva, de muitas anotações, e de algumas dores de cabeça, chegaram a algumas conclusões, que por sua vez levaram a algumas decisões.

Num Domingo de permeio, o Sr.Manel vai ao café do sítio, e na conversa com os seus pares, contou as novidades e o que estava prestes a fazer. Estava por lá o Sr.Damião, que sempre se tinha sentido o sabichão das redondezas, e com as melhores máquinas para mexer as terras, e que ao ouvir as palavras do Manel, soltou um - O Google está errado! - o que não caiu nada bem. O Sr.Manel com um grunhido virou costas, e dirigiu-se para casa, já a sonhar com o momento em que chaparia na cara do Damião os resultados do seu futuro trabalho. 

Fevereiro 19, 2020

imsilva

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Somos leõas, somos seres alados com super-poderes, somos fortalezas ambulantes, somos tudo.

Quem não teve momentos de querer desesperadamente chorar baba, ranho, e outras coisas que tais, mas aguentar-se como se nada, e ainda por cima, ninguém desconfiar do estado em que nos encontramos?????????

Pois é, "tantas vezes", dizem vocês. 

Abençoados aqueles seres chamados de homens, que levantam aquele móvel que queremos mudar de lugar, mas que ficariam assustadísssimos se soubessem como nadamos em lágrimas por dentro.

Fevereiro 16, 2020

imsilva

Estive a ver a entrevista de Filomena Cautela a Daniel Oliveira no Alta definição. Sempre gostei desta rapariga, houve sempre qualquer coisa que me fez acreditar, que aquilo que via era real. E para mim, foi a confirmação. O que ela disse não é algo transcendental, mas transparece sinceridade, e uma maneira de pensar lúcida, consciente, não sei se humilde, mas completamente arrebatadora, como ela é. Não será perfeita, mas dentro do imperfeito, é do melhor.

Fevereiro 14, 2020

imsilva

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Pode ser Dra. Miriam, ou Dra. Perpétua ou ainda Dr. Policarpo, e terem os consultórios com as paredes cobertas de diplomas. Mas, com certeza, um deles deve de ter as dicas infalíveis para iniciar um relacionamento tórrido e inabalável para todo o sempre e mais além. Será que têm? Isso é o que ela pensava, isto é o que eu penso, "Fia-te na virgem e não corras".

A rapariga queria a toda força ajuda para encontrar o príncipe encantado, de preferência, alto, louro, de olhos azuis (nunca percebi esta panca), espadaúdo e de sorriso aberto com uma bela de uma dentadura.

A rapariga não sabia que tais atributos, não significam absolutamente nada. Que talvez um tipo baixo, de cabelo simplesmente castanho, e de olhos da côr do burro quando foge, (a dentadura pode ficar) era capaz de ser melhor pessoa, melhor apaixonado e melhor companheiro para enfrentar as agruras que a vida nos presenteia.

Mas não, tem que se guiar pelos gurus do amor, pelos catálogos de gado à venda, pelas dicas dos manuais, pelos conselhos dos pseudo- profissionais da coisa, ou até das influencers mais in do pedaço (arghhhhh).

Rapariga vai por mim, eles não sabem nada, aliás, vai lá escarafunchar-lhes a vida, e descobres os trastes com quem vivem, e as tristezas que têm dentro de portas. Isso se não viverem sozinhos há um horror de tempo, e cheias de teias de aranha, no corpo e no coração.

Rapariga houve este conselho/sermão:

Sê feliz todos os dias, sozinha também se consegue. Quando fores feliz sozinha, vais conseguir ver melhor. Vais olhar à tua volta e vais ver pessoas, não bonecos. Vais ver sorrisos, não poses. Vais sentir emoções, não desejo, (esse tem tempo para aparecer em cena). Vais conhecer gente, sem pressão, sem obrigação, por puro prazer, e vais sentir-te tão bem que não vais olhar duas vezes para quem não interessa, para quem não tocou a tua alma.

E vais ficar tão mais interessante para os outros. A tua felicidade pode ser um íman para quem também está bem consigo próprio. Os outros, os que não estão bem, vão ter medo de ti, por isso à partida, ficas logo protegida.

Enfim, se tenho razão? creio que tenho alguma. Se estou cheia dela? talvez não, mas foi com a melhor das intenções que te enderecei estas palavras.

Desejo-te uma bela vida, sozinha ou acompanhada.

 

P.S  Quero saber de quem foi a bela ideia deste tema!!!

 

Fevereiro 10, 2020

imsilva

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Gosto de muros

Alguém os construiu, alguém teve a paciência e a necessidade, de pôr pedra sobre pedra, com algo a fazer com que fiquem colados e assim erguerem-se altaneiros.

Existem muros ancestrais, que se pudessem falar, que histórias contariam.. 

Existem muros que separam o que tem que ser separado.

E existem muros que pedem para ser derrubados, por já não fazerem sentido. 

Gosto das cores dos muros.

Fevereiro 07, 2020

imsilva

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Sentia-se vazia, triste, ansiosa e sozinha, mas não chorava. Sentia-se à beira de qualquer coisa, mas não sabia explicar que coisa era essa. Sentia-se nada. Como se o mundo não soubesse da sua existência, do seu nome, do que já tinha chorado e rido, do que já tinha caminhado, do que já tinha sonhado. Como se o mundo não soubesse do que ela já tinha visto, os pássaros, as flores, as árvores e os seus frutos, que ela também tinha desfrutado e degustado. O sol quando nascia nos montes por detrás da casa da avó, e quando o sol se punha lá ao longe e se escondia dentro do mar. Das cores que essas ocasiões punham em todo o céu, e como pareciam pintadas por anjos travessos. Ela tinha visto e sentido tudo isso, mas era como se não o tivesse feito.

Era nada, ninguém, um fantasma que se assombrava a si próprio. Mas ela queria ser alguém, queria ser alguma coisa, queria que a vissem, que a amassem, que a quisessem e por isso não chorava.

Diziam-lhe que não era assim, que a amavam, que a queriam e ofereciam-lhe ajuda, ajuda que ela recusava, por ter a convicção de que lhe mentiam, que só queriam levá-la ao homem que diziam que era médico, e que dizia que era maluca, que o seu lugar era lá na casa grande, onde as pessoas dormiam e dormiam, ou gritavam e gritavam, mas não viviam.

Lembrava-se da avó e das suas palavras sobre o tio, aquele tio com quem brincou e a quem a sua avó tratou sempre com o maior dos carinhos, o maior dos cuidados, dizendo sempre que não queria os médicos a dar palpites e opiniões, com os quais ela não concordava - É que isso de médicos, nunca fiando - E foram essas as palavras que nunca esqueceu, porque foi o amor da avó que deu vida ao tio, e fez com que ele tivesse sido uma pessoa feliz.

Mas, ela já não tem a avó, nem o tio. Só tem quem não a quer, quem não a ama. E ela sentia-se nada, porque no nada ela vivia, e por isso não chorava.

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