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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Março 17, 2020

imsilva

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A minha filha faz hoje anos, vive a 1 km. da minha casa, e tenho que lhe dar os parabéns pelo telefone???

Em casa dos meus pais, que felizmente após um conturbado fim de 2019, já se encontram em condições de estar sozinhos, vou lá só quando muito necessário, sempre com medo de os encontrar caídos com a cabeça partida, e cacos de louça pelo chão. Isto, porque ao fim de 65 anos de casados, e hábitos antigos de implicarem um com o outro, não sei como vão conseguir estar em isolamento, os dois sozinhos, 24 horas por dia.

Há uma frase conhecida, "Parem o mundo que eu quero descer"  Eu estou a ver o mundo a parar, só não sei como descer. A maneira que me surge, não será a mais desejável.

Março 13, 2020

imsilva

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Não me chorem (muito), regozijem-se por me ter conhecido, por comigo terem privado. Já pensaram nos infelizes que não tiveram o privilégio de me conhecerem? Nem sei como se vão recompor de tal falha.

Sei que não fui o ser humano perfeito, mas dentro das probabilidades, acredito que não fui dos piores, afinal por algum motivo vocês aqui estão, nas minhas honras fúnebres. Algum valor isso terá.

Creio que, mesmo que quisessem, não conseguiriam dizer muito mal, um pouco de antipatia (mas só aparente), uma pitada de irascibilidade e falta de paciência (só para alguns), mas muito sentido de justiça e imparcialidade. Sempre a ver o outro lado, a calçar os sapatos dos outros, a tentar ver pelos seus olhos.

Sei que alguns, espero que um bom número, soube apreciar-me, admirar-me e reconhecer o valor das minhas opiniões e conselhos. E claro, tenho a certeza que também fui muito amada pelos meus, a quem também amei como pude e soube.

Por outro lado, um numerozinho (insignificante) deve de estar com vontade de dizer cobras e lagartos da minha pessoa. Mas isso é o sal e a pimenta da vida. Qual era a graça de agradar a todos e a todas?

Para finalizar, deixar bem explícito que não me queria ir embora, eu não queria falecer, mas como em tantas coisas, nisto também não mandamos.

Foi com muita pena e com muita luta da minha parte que fui desta para melhor,(pelo menos é o que dizem, que é para melhor), não pensem que fui, tipo cordeirinho, não, até pensei em fazer um acordo com quem estivesse a decidir a minha ida, mas não me deram ouvidos, nem hipótese de declaração de interesses.

Só me resta esperar que não me esqueçam sem mais nem menos, de vez em quando um pensamentozinho, um brindis à minha memória, uma recordação ou imagem de algo que ficou gravado no tempo. Como diz o outro, bem ou mal, o que interessa é que se lembrem de mim.

Deixo-vos com um desejo enorme de que sejam felizes, de que sejam bons uns para os outros, mas principalmente para vocês próprios. Eu, prometo estar de vigia, e arranjarei maneira de manifestar o meu desagrado quando assim não for.

                                                         :))))))))))))))))))))

 

Para os pássaros: 

Este não é um texto que eu fosse capaz de inventar, dito isto, cheguei à conclusão (e já fiz saber a quem de direito) que se alguma coisa me acontecer, que venham cá buscálo para as minhas exéquias. Este aparte é só para saberem aonde fazem pessoas de bem chegar. 

 

desafio de escrita dos pássaros #2.6

oh não, um vírus outra vez

Março 06, 2020

imsilva

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Sílvia e Ana Maria estavam no laboratório, rodeadas de pipetas, lamínulas e toda a parafernália necessária para o estudo epidemiológico que tinham em mãos, preparando as amostras devidas para subsequentemente serem analisadas e observadas ao microscópio. 

Ana Maria bocejou sem conseguir disfarçar, após 10 horas em pé com raros descansos no banco em que se sentava, quando tinha que ir ao famigerado microscópio.

O que acontecia naquela sala, repetia-se por todo o edifício há já 2 meses. Ou seja, todas as salas de todos os andares, viviam aquele frenesim, cheias de trabalho e de gente quase a cair para o lado, devido ao pouco descanso que tinham, depois de terem acedido ao pedido da direcção, para tentarem com a maior urgência possível, descobrir o que se passava com um vírus que estava a alarmar o mundo, com o nº de infectados a aumentar todos os dias.

Não era tão inusitado assim, quando há 7 anos atrás já tinham sentido a preocupação e o medo inerente a algo que não era reconhecido no mundo da microbiologia e da virologia. Felizmente não tinha sido difícil de resolver na altura, e isso esperavam agora, resolvê-lo também.

Quando conseguiram 15 m. para beber um café e descansarem os olhos de toda a pressão a que estavam sujeitas, Sílvia e Ana Maria sentaram-se finalmente na cantina, onde se encontravam 3 outros membros daquele bravo pelotão de ataque a fazer o mesmo. Aqueles eram momentos preciosos para poderem continuar.

- Sabes, estou bastante assustada com este bicho, tem características tramadas, espero bem que possamos fazer alguma coisa - comentou Sílvia.

- Tens razão, nunca tínhamos tido dentro do país, tantas pessoas afectadas. Todos os dias aumenta o nº, e as mortes ultrapassam significativamente o que já vimos anteriormente.- a expressão de Ana Maria era de real preocupação.

- Sinto-me orgulhosa das condições que aqui temos, e dos estudos que estamos a levar a cabo.

- Sim, mas não é suficiente para chegarmos a conclusões satisfatórias, temo que demoraremos meses, e não me parece que tenhamos tanto tempo para o fazer.

- Lembras-te do que o Professor "Não sei das quantas" disse ao princípio? que o vírus não se dava com o nosso ar húmido e com o iodo das nossas praias, que o nosso país estava protegido.

- Pois é, até as cabeças mais bafejadas pela inteligência, dizem bacoradas. Vamos mas é voltar para a nossa bela sala esterilizada e fazer por salvar a humanidade desta catástrofe.

10 dias mais tarde, fariam a descoberta que levaria à vacina do vírus que neste momento tanto as preocupava.

 

 

Março 04, 2020

imsilva

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                  O Tempo

Lembras-te? Falávamos sobre o tempo

Qual tempo?

Aquele que não temos, ou aquele que vimos passar, talvez aquele que pensamos que vamos ter?

Lembras-te? Era meigo e suave, agora é bruto e anda veloz

Qual tempo?

Aquele que prega partidas e se esconde

Aquele que nos envelhece, e depois se esquece de nós

Qual tempo?

O tempo de falar, de amar, de odiar, de sentir

O tempo que escorre entre os dedos

e se entrelaça nos cabelos

Aquele que sentimos na alma antes de ficar vazia

O tempo...

Onde está o tempo? 

Qual tempo?

Não o vejo

 

 

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