Ontem, a minha irmã recebeu o resultado de um teste, e foi positivo. Não está grávida, tem COVID19. Está bem, alguns sintomas ligeiros.
Ontem, saí de casa e fui votar. Votei sempre e nunca apanhei tanta gente a fazê-lo. Não entendo o porquê, porque a votação dentro das salas foi feita com rapidez, mas as filas eram enormes.
Ontem fui a casa dos meus pais, não ia há duas semanas, mas fui com os devidos cuidados, e através do telemóvel fiz vídeo chamadas para verem que a filha mais velha estava bem, e para se poderem despedir do neto (pelo telemóvel) que hoje foi para fora.
Ontem fiz o serão da praxe em noite de eleições, ouvi os discursos dos candidatos na televisão e sem grandes surpresas, para além das que já se esperavam...fiquei na mesma.
Hoje, despedi-me do meu filho que foi novamente para fora.
Hoje, preparo-me para juntamente com toda a família, cantarmos os parabéns ao meu pai à distância. Alguém irá com um tablet para nos ligar-mos todos e assim podermos por primeira vez, não estarmos presentes, mas celebrarmos de alguma maneira mais um ano.
Hoje, vou continuar em confinamento, em casa, com a ansiedade a espreitar e eu a fazer que não percebo.
Amanhã, vamos juntar a família num al moço que durará até à noite, e acabará com a canja da avó, antes de irmos para casa. Riremos e faremos a confusão inerente à ocasião, como sempre.
Amanhã, juntar-me-ei com os meus amigos, darei beijos e abraços sem máscaras nem medos, sem empecilhos, só com amor e amizade.
Tal como ontem e hoje, amanhã nascerá o sol, e com uma esperança teimosa, espero que seja para todos.
Ontem, hoje e amanhã, sinto-me pendurada...