Fevereiro 28, 2021
imsilva
Chegar pelo lado Norte, é ter uma vista linda pela frente, casario e o perfil do mar.
Chegar pelo lado Sul, é ter mais uma vista íncrivel, o Hotel dentro do espaço do mar, mais casario e mais...mar.
Chegar pelo lado Este, é ter outra vista fantástica, os telhados do casario e um espelho de mar infinito mesmo à frente.
Chegar pelo lado Oeste, é chegar pelo próprio mar, de preferência de barco, (a nado é capaz de não dar muito jeito), e tentem imaginar a vista.
É verdade, seja de que lado for que se chegue a este sítio, a vista é sempre linda, e o ponto fulcral é e será sempre o mar.
Neste caso, o imenso Oceano Atlântico com todo o esplendor, sejam dias de águas calmas de côr azul, seja nos dias de águas mais zangadas de côr de chumbo.
Algo que faz parte, e não se abdica, é o cheiro a maresia, a algas, e até o teimoso nevoeiro que se aprende a amar (às vezes).
De entre as 1047 praias que temos, tenho que ressaltar os nomes originalissimos de Praia do Sul, Praia do Norte ou Praia dos Pescadores.
Neste sítio pode-se passear por todo o lado, por ruas, ruelas, travessas e becos, todos os cantinhos são belos, todos com os seus recantos e segredos. Ao virar de uma esquina encontramos uma pequena escadaria, virando outra esquina encontramos uma fonte ou um cruzeiro com a sua inevitável praçeta, algumas vezes não passa de uma pracinha, mas sempre com um passado e a gritar história em cada pedaço de pedra de que é composto.
Além da igreja mor, deparamo-nos com algumas belas capelas espalhadas estrategicamente por vários espaços.
E é ir passeando e olhando algumas das fachadas das casas em azulejos, ou como a maioria delas, pintadas de branco com barras azuis.
Também existem as casas que choram, desprezadas por herdeiros que não se entendem, ou por donos que nunca mais se viram. A essas apetece pegar ao colo e dar miminhos, ao mesmo tempo que imaginamos o que poderíamos fazer com elas, como poderiam fácilmente transformarem-se num aconchegante lar.
Nas ruas vemos os nomes tipicamente portugueses e existentes em tantos lugares, cidades e aldeias, Rua 5 de Outubro, Praça da República, Rua de baixo ou Rua do Norte.
E depois temos as nossas gentes, as nossas figuras "castiças". Quando uma desaparece é como se se fechasse uma rua, é o fim de uma história, é menos uma pedra na calçada, numa das ruas tortas deste sítio.
Se quiserem por cá passar, prometo receber-vos de braços abertos e um cafezinho.
Este texto nasceu de um belo desafio de Cristina Aveiro