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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Dezembro 31, 2021

imsilva

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A partir de amanhã teremos um ano novo a  estrear. O que faremos com ele? Sabemos que vem com um vírus que não nos larga há 2 anos, e rezamos a todos os anjinhos para que seja o seu último ano connosco. Fora isso, tentemos preencher este novo ano com uns raios de bondade, uns grãozinhos de civismo, uns laivos de sensatez, umas pinceladas de amor e uma pitada de respeito por tudo o que habita este planeta. Sejamos bons, sejamos justos, sejamos felizes e pintemos este novo ano com as cores mais bonitas e mais brilhantes que conseguirmos.

Feliz Ano Novo!!!

Feliz 2022!!!

  🌟

 

Dezembro 29, 2021

imsilva

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O Natal das nossas memórias

 

Fernanda aconchegou o casaco ao corpo, naquele Dezembro frio mas luminoso que ainda não prometia a neve que nunca mais vira, e continuou a andar, receosa do que iria encontrar uns passos mais à frente. Chegou à Rua de Baixo, o sítio onde não ia há mais de 40 anos. A aldeia de onde saíra com 10 anos de idade, para ir para o Brasil com os pais. O sítio onde ficara o seu coração na companhia dos avós que lhe tinham dado tanto amor e atenção, tantas memórias guardadas com tanto cuidado, sempre com medo que se desvanecessem.

Começou a descer a rua, notando o abandono que marcava aquelas casas que em tempos tinham estado preenchidas com vida, com risos, lágrimas e labutas. E quando finalmente lá chegou, o coração bateu mais forte, as lágrimas soltaram-se e deslizaram pelo seu rosto. Era uma ruína, umas pedras que tinham sido ocupadas por hera e plantas solitárias, e que lembravam imagens de outros tempos felizes e tão importantes na sua vida.Os avós tinham morrido cedo, cada um com a sua maleita, e a casa nunca mais tinha sido habitada. 

A saudade trouxe-lhe as memórias do último Natal que lá passara, antes daquela viajem que a levaria para tão longe. Via a mesa posta com a toalha que religiosamente saia todos os Natais, branca com azevinho bordado, sempre impecável de tão bem tratada que era. Os pratos e os copos do serviço das ocasiões especiais, e todos os acepipes e guloseimas que só a avó sabia fazer. Uma família alargada de tios e primos barulhentos, vindos de todos os cantos do pais, que enchiam a casa de alegria e confusão, e que sem isso não seria a mesma coisa.

Mas isso era o passado, o presente era isto, uma ruína, umas pedras que caladas, gritam nos silêncios de histórias sussurradas nos espaços das pedras que ficaram. Soluços ecoam nos vazios das almas, das presenças que já não estão.

Fernanda senta-se naquele muro que já foi parede, chora de saudade, e depois levanta-se, ergue a cabeça e faz o caminho de volta sentindo-se mais tranquila. Ainda bem que existem memórias...

 

 

Dezembro 28, 2021

imsilva

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O inverno

Velho, velho, velho.
Chegou o inverno.

Vem de sobretudo
vem de cachecol
o chão onde passa
parece um lençol.

Esqueceu as luvas
perto do fogão
quando as procurou
roubara-as um cão.

Com medo do frio,
encosta-se a nós:
dai-lhe café quente
senão perde a voz.

Velho, velho, velho.
Chegou o inverno.

Eugenio de Andrade. Aquela nuvem e outras.

Dezembro 22, 2021

imsilva

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Neste Natal…

Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e dê-o a conhecer ao mundo"

Mahatma Gandhi

 

Dezembro 21, 2021

imsilva

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No sábado, foi um dia importante.

Foi um dia de encontros, de emoções, e (quem diria) de autógrafos.

Não tivemos uma fila de gente à espera da nossa assinatura, (quem sabe um dia) mas os três (e companhia) que éramos, foi suficiente (poucos, mas bons) para fazer uma sessão emotiva e marcante.

Obrigada, José e Olga pela companhia neste percurso, e pela amizade.

Um beijo enorme! 🥰

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Dezembro 20, 2021

imsilva

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O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno

José Tolentino Mendonça

Dezembro 17, 2021

imsilva

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Sentada no sofá, com uma manta a tapar-lhe as pernas apesar da lareira acessa, e do conforto que dela emanava, Amélia pensava na época que se avizinhava.

Estava novamente em Dezembro, o Natal já batia à porta, mas faltava a motivação, o sentimento que deveria estar a acontecer nessa altura.

Amélia recordava outras épocas, outros natais, outros anos em que a vontade de ouvir e cantar as músicas natalícias e de enfeitar todos os cantinhos da casa existia. Outros anos em que à volta da mesa se reuniam comensais sorridentes, perante as iguarias e os doces que estragavam as dietas de um ano.

Amélia perguntava-se o porquê da mudança de espírito, seria por já não estarem todos os que costumavam estar? Claro que isso já era um motivo de peso, mas, mais não era que os ciclos da vida a passarem por nós, consequência da nossa mortalidade. Ou seria a humanidade, que se estava a tornar fria, dando valor ao que o não tinha, esquecendo emoções e valores maiores, perdidos nas esquinas das distracções imediatas e traiçoeiras?

Sem saber muito bem como contrariar a falta de espírito natalício, Amélia vai pôr ao lume a chaleira para fazer um chá quando ouve a campainha da porta. Curiosa, dirige-se à entrada, e ao abri-la depara-se com as crianças mais lindas do mundo, os seus netos, cada um com uma caixa quase do seu tamanho. Atrás vem a filha e o genro, que com um grande sorriso lhe dizem, podemos vir ajudar a preparar a casa para as festas?

O filho de Amélia estava no Austrália a cumprir um contrato de 2 anos, e a filha supostamente, iria passar o Natal ao Minho a casa dos cunhados, mas acabou por decidir com a concordância do marido, que não poderia deixar a mãe e a tia que se lhe juntaria, sozinhas. Em casa dos cunhados seriam muitos, não sentiriam a sua falta, e os filhos foram da mesma opinião, a avó precisa mais da nossa companhia, disseram eles. 

Logo a seguir telefona-lhe a irmã a informar que a filha também passará a consoada com elas. Pensara que estaria de serviço no hospital nessa noite, mas tinham trocado os turnos, e ela estaria livre, podiam contar com ela e com o filho.

Afinal, o espírito natalício existia! E o amor, e a solidariedade, e o carinho, e a palavra família. 

E com um ímpeto novo, começou a preparar a sua casa para as festas com a fantástica ajuda daqueles belos ajudantes.  

 

   

Dezembro 15, 2021

imsilva

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Apetece-me escrever sobre felicidade. Não a que todos procuram freneticamente, mas uma bastante simples e que muitos não conhecem,  e outros não dão valor algum (não sabem o que perdem).

E que felicidade é esta? perguntam vocês. Vou passar a explicar.

Todos já têm conhecimento do nosso maravilhoso livro "Contos de Natal"( se não conhecem, deviam de ter vergonha). Tenho andado a ler aleatóriamente um conto de vez em quando, (acabo de ler um) e fiquei com uma sensação de felicidade tão boa, que decidi imediatamente partilhá-la com vocês.

Tão simples como isso, ler um bonito conto de Natal, e sermos transportados para uma dimensão natalícia mágica, doce, onde nos revemos em relatos de natais passados, ou em que nos emocionamos com os sentimentos expressados em histórias que todos sabemos que existem e andam por aí, ou a viagem que fazemos com imaginações férteis que nos fazem navegar por outros mares que não os habituais.

Acreditem, se este livro viesse parar-me às mãos, vindo não sei de onde, a minha opinião seria a mesma. É um livro que transporta felicidade, que oferece momentos de reflexão, que nos dá bocadinhos de emoções ternurentas, por vezes sofridas mas sempre enriquecedoras.

Estou a falar deste livro porque foi o que despoletou estes pensamentos, o que não quer dizer que outro não o faça. Eu sou suspeita porque para mim os livros são muito importantes, e é com eles que também descontraio e aprendo, para além do que a vida quotidiana me dá.  

Sejam felizes, com livros ou sem livros, procurem as coisas boas e simples da vida, acreditem que existem.

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Livro dos contos de natal do Blog

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