A vida pode pesar toneladas, ao ponto de ser difícil dar passos, ao ponto de andarmos curvados, ou pode pesar como uma pena, ao ponto de andarmos a levitar, sem quase tocarmos no chão.
Creio que os adultos sentem mais a 1º versão do que a 2º. Quando vejo crianças a berrar por caprichos, sem razão alguma válida, penso sempre, "espera mais um pouco, cresce, e depois falamos".
Usualmente, andamos com os pezinhos no chão, sentimos as pedras do caminho, e se houver alguma fora do sítio, tropeçamos, correndo o risco de bater com os bonitos narizes no dito cujo (chão).
No entretanto, compramos bons ténis (não me atrevo a andar de sapatinho) e vamos caminhando, procurando um terreno mais liso, menos acidentado, na esperança de chegarmos ao outro lado com os menores danos possíveis.
Talvez seja melhor aproveitarmos os momentos menos arriscados para olharmos a paisagem, para respirarmos fundo, para deixarmos o peso por um bocadinho no chão e fazermos uns pezinhos de dança para aliviarmos a viagem.
Assim ou assado, com mais ou menos dificuldade, ultrapassemos e caminhemos...da melhor maneira possível.