Naquele 23 de Dezembro, no Polo Norte, estavam os elfos e as renas na preparação minuciosa de todos os pormenores para fazerem a viagem de treino, que os prepararia para a do dia seguinte na noite mais fantástica do ano. Tinha de estar tudo perfeito, para ser feita sem contratempos.
Quando se preparavam para a descolagem, já num leve trote, sentiram um vento repentino que rapidamente se transformou num muito forte vendaval. Apanhados de surpresa, rodopiaram todos e cabriolaram uns contra os outros sem qualquer controle da sua parte.
Tão depressa como começou, acabou. E ficaram todos a olhar uns para outros sem compreender o que tinha acontecido. Parecia que estavam todos bem, felizmente. Foi quando Blitzen exclamou - Rudolfo! o teu nariz! - Todos os olhos se viraram para a rena chefe, e todos abriram a boca de espanto. O nariz de Rudolfo não brilhava, o nariz de Rudolfo não estava vermelho!
Alguns elfos choravam, outros com as mãos na cabeça tentavam pensar o que poderiam fazer para resolver aquele problema, afinal era o nariz de Rudolfo que tinha a magia necessária para poderem voar no trenó do Pai Natal.
Conferenciaram, e depois de muita discussão decidiram pedir ajuda à Mãe Natal. Chegaram à porta da casa e bateram várias vezes, tal era a pressa. - Quem tem tanta pressa que me quer estragar a porta? - disse a Mãe Natal abrindo-a. - Somos nós, os elfos. Imediatamente a senhora deixou-os entrar e tratou de os aquecer com uma bela chávena da chocolate quente. - Temos um grande problema, Mãe Natal, - começou a esclarecer Donner - precisamos da sua ajuda urgentemente! Houve um vento terrível que nos derrubou, e quando nos levantamos descobrimos que o nariz do Rudolfo tinha perdido a sua cor vermelha e o seu brilho! Isto é catastrófico, amanhã temos de voar, senão as crianças vão ficar muito tristes.
A Mãe Natal percebeu a aflição de todos, era mesmo catastrófico, mas que poderia ela fazer? De repente lembrou-se do livro de magia que o marido tinha guardado num sítio muito especial, e foi buscá-lo para ver se teria por lá alguma solução para tão grave problema. Folheou-o com muito cuidado e com muita atenção. Já quase a desistir, na penúltima página encontrou o que precisavam. Uma receita para tornar o que o vento tirara. - Amigos, creio que já temos a solução! - Disse virando-se para uma data de caras ansiosas que já desesperavam.
Todos se inclinaram sobre a folha do mágico livro, e leram;
Receita de bolo de devolução do que foi levado
4 colheres de farinha de coragem 4 colheres de açúcar de sol 4 ovos de galinhas vermelhas uma pitada de fermento azul céu um toque de baunilha elfica
A Mãe Natal pediu ajuda a todos os presentes, e todos o fizeram com a melhor das boas vontades. Depois de terem misturado tudo na tigela mágica, meteram-na no forno de estrelinhas do céu a 20º durante 5 minutos.
Depois de pronto, Rudolfo aproximou-se e começou a comer, não sem um certo receio. Passado um pequeno momento, viram a rena lamber os beiços com visível satisfação, e para gáudio de todos, o seu nariz começou a brilhar novamente. A pouco e pouco um lindo vermelho surgiu e, finalmente, Rudolfo voltou a ser o mesmo.
Todos bateram palmas de contentamento, agradeceram muito à Mãe Natal e correram a preparar a viagem, que correra o grande perigo de não se efectuar, e que levaria a felicidade a todas as crianças do mundo.
Se alguém se pergunta onde estava o Pai Natal durante esta balbúrdia, posso informar que dormia profundamente. Não necessitando de treinos, preparava-se como melhor sabia.
Este conto foi escrito com as ideias de Martim, 10 anos e Sebastião, 7 anos. Obrigada, meus amores!