Novembro 27, 2020
imsilva
Imagem de Lisandro Rota (1946)
Acordei cedo, com o cantar dos pássaros
Que sobrevoavam a minha janela insistentemente
- Já vou! Disse...
Penteei os cabelos desgrenhados do sonho na noite
Assomei-me ao parapeito e dei-lhes de beber nas minhas mãos.
Os raios de sol aqueceram o meu corpo franzino
A aragem matinal fez-me uma carícia
Toquei as cores do dia, com os meus dedos.
Fechei a janela, guardei os sonhos numa caixinha
Estavam felizes, prometeram voltar ao cair da noite...
Tomei um duche perfumado e saí, nas asas dos pássaros.
Madrugada de Cecília Vilas Boas, in “O Eco do Silêncio”