Janeiro 26, 2021
imsilva
Esta carta está guardada há mais de 35 anos. A minha 1º filha fez-se esperar duas semanas depois do fim do tempo, daí este meu desespero e vontade de que a gravidez chegasse ao fim. Estava em baixo de forma, animicamente falando. Aproveitei esta oportunidade para a tirar de uma pasta onde estava no escuro, e assim dei-lhe a luz que o tema permitiu.
Filho;
A mim já me conheces, pois durante 9 meses fizeste parte de todos os meus pensamentos e sentimentos.
Ao teu pai com certeza que também, pois é aquela pessoa que através de mim tomou conhecimento de ti e posso assegurar-te que também os seus pensamentos estão virados para a tua pequena pessoa que tantas vezes ele sentiu através da minha própria pele.
Sabes que te esperamos com impaciência e quase, quase desespero?
Não é que eu não goste de te ter dentro de mim, isso é algo de tão magnífico e fantástico, que nem se pode explicar ou dar a entender. Mas é que a altura passou a ser outra, queremos ver-te, tocar-te, pele a pele, começar-mos a viver a três, apesar de já o sermos há bastante tempo.
É porque assim fazes-me chorar, não por mal, mas porque provoca-me angustia não te ter cá fora.
Por favor filho, ajuda-me, acho que não estou a ter muita força nestes momentos finais em que me deveria sentir mais forte do que nunca, para te receber nos meus braços.
Espero que me possas compreender e desculpar por este pequeno desabafo, que no fundo vai cheio de amor e ânsia em te abraçar.
A tua mãe
Mais um desafio da nossa abelha