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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Outubro 18, 2019

imsilva

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Amor

Éramos tão felizes, o amor é algo que não alimenta o corpo, mas já o espírito estava bastante confortável.

Era o prazer de olhar o outro rosto quando acordávamos, era o beijinho dado com o maior dos carinhos à ida para o trabalho, e era o conforto de adormecermos nos braços um do outro, quando o dia chegava ao fim.

Uma cabana

Quando não temos um castelo ou um palacete, quando não temos um solar ou uma bruta vivenda, quando não temos um andarzinho, ainda podemos ter uma cabana. E era isso precisamente que tínhamos, mas…era a nossa cabana. O nosso lugar, com os nossos livros e as nossas flores.  

Um…

Éramos realmente felizes, mas… quer dizer…faltava-nos uma coisinha que eu ansiava muito. Toda a gente, bem, quase toda agente tinha, e eu sonhava com isso a toda a hora, imaginava-o ali, na nossa salinha, todo bonito e bem cheiroso, que alegria que daria à nossa casa.

 Mas, não tínhamos vida para isso, fazíamos contas, esticávamos o pouco que tínhamos, mas nunca dava, havia sempre o medo das despesas que passaria a haver, e que temíamos não conseguir fazer frente. E eu envelhecia de ansiedade, ao ver por realizar tal sonho.

Até que um dia, ele chega ao pé de mim e diz-me que temos que falar. Diz-me que estamos a ser tolos, que nada é impossível, e que com certeza que com um pouco de esforço, tudo se resolve. Agarrei-me ao seu pescoço e com lágrimas nos olhos, depositei-lhe nos lábios o beijo mais doce e mais apaixonado que alguma vez existiu nos contos de fadas.

Passados nove meses, com o maior sorriso de felicidade na cara, entramos em casa com uma coisinha linda embrulhada numa mantinha cor-de-rosa.

Amor, perguntou-me ele, queres uma canjinha que fiz ontem à noite? Obrigada, é mesmo isso que me está a apetecer, respondi. Quando ele aparece à porta da cozinha, com a cara mais triste do mundo, e me diz, a canja está estragada, o frigorifico avariou.

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