Agosto 14, 2024
imsilva
Ontem soube que a minha médica de família está de baixa desde Junho. Como já a conheci em contexto particular, perguntei se não seria o problem anterior (um cancro de mama) o culpado, disseram-me que sim. Fiquei triste e a pensar no assunto. É uma mulher da minha idade, muito pragmática, diria que até demais, e há uns quantos utentes que não lhe acham muita graça quando desvaloriza queixinhas de caracácá. O certo é que cheguei a casa e senti necessidade de escrever.
Esperança e vida
Saiu do consultório a embalar a alma, a acalmar o coração, ao mesmo tempo que as lágrimas corriam pelo rosto.
Outra vez? Não era justo, já tinha passado por tudo uma vez e agora teria de o fazer novamente. O que significaria isso? Que a validade da sua vida estava a chegar ao fim?
Respirando fundo, tentou que os pensamentos fossem mais positivos. Afinal não queria dizer nada, se queriam tratamentos é porque valia a pena. Se tinha conseguido uma vez, conseguiria mais uma. Só os cobardes não lutam, e ela de cobarde não tinha nada. Na sua vida sempre ouvira falar da Esperança, de que nunca se perde, de que é a última a morrer e de que enquanto há vida, ela está sempre lá.