Manjericos, Santos, e agruras
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Junho 13, 2025
imsilva
Hoje é dia de Sto. António. Entre manjericos, casamentos, marchas e bailaricos, Lisboa avança e dança. A necessidade de alienação fala mais alto, diria mais, é uma fuga ao dia a dia, que tanta dores de cabeça dão. Virá o S. João, e os portuenses farão também jus ao seu padroeiro, vivendo por todo o alto uma noite sem igual. Por aqui celebra-se o S. Pedro, e no adro da igreja haverá doces vendidos em barraquinhas a favor da sua paróquia, enquanto no palco toca-se música com a prata da casa que trata bem do assunto.
É tão fácil ser feliz. É tão fácil esquecer problemas mundiais, pessoais, problemas que nos dizem respeito enquanto portugueses, mas fingimos que não. Não critico, não posso criticar, se assim não fosse o que seria de nós? Precisamos de intervalos nas tristezas que agarram os nossos corações e os apertam até doer. Viver sempre na angústia faz viver menos, por isso precisamos dos intervalos, para de alguma maneira podermos esticar um pouco mais.
Agarrem o vosso manjerico, não o cheirem, passem-lhe a mão e aí sim, cheirem o aroma que lá ficou, dêem uns passinhos de marchas, olhem para o céu, que é uma beleza todos os dias, colham uma flor e por momentos esqueçam as agruras desta vida, normalmente não vão embora tão facilmente, continuarão lá à vossa espera.