Agosto 14, 2019
imsilva
A Ana e mais recentemente a MJ, publicaram umas fotos e falaram de uma notícia que me provocaram dor.
A 1º publicou há um tempo atrás, uma foto de um pedófilo, e esta semana de um miúdo sentado no chão, que não tendo pernas, desenhava-as no asfalto. Ralhei com ela, (coitada) porque são imagens que provocam muita dor e raiva, obviamente por motivos diferentes.
A 2º referiu uma notícia que viu na tv, nos States, uma operação policial, detiveram centenas de pessoas imigrantes, e os filhos destas, ficaram a saber das detenções à saída da escola. Parece que o que ficava no ar, era que estas crianças ficariam por sua conta, sem ter quem tomasse conta delas. Enervante!
1º Sou uma fortaleza, perante filhos, marido, pais, funcionários, tenho que ser, se eu me for abaixo, tudo descamba. Quando o meu primo se lembrou de morrer num acidente de viação aos 51 anos, gritei, chorei mas, sozinha em casa. Depois fui trabalhar como se nada fosse, mas a morrer por dentro.
2º Sou uma mariquinhas, não posso ver discussões, porrada ou vias disso. Se num filme vir alguém a levar, não olho, podem levar com tiros, que não me incomoda, mas ver alguém no chão com outros ao pontapé, não. E o pior é quando é real, já tivemos na tv imagens dessas, casos de adolescentes desalmados, que não sei onde raio cresceram, mas que são capazes de moer à pancada seres humanos como eles. Sabemos que essas imagens passam centenas de vezes no mesmo noticiário, o que me obriga a estar constantemente a desviar o olhar, porque simplesmente não consigo ver.
No caso do pedófilo, se eu pudesse fazer alguma coisa, como por exemplo bater-lhe (aqui é válido) até ficar cansada...ok. No caso do miúdo sentado no chão, se eu pudesse mexer-lhe na vida e de alguma maneira ajudá-lo, ok. No caso das crianças aparentemente deixadas à sua sorte, fizesse eu parte de algum grupo de ajuda que andasse por lá, e faria todo o sentido ver e perceber os contornos da situação.
Mas a impotência é tão grande, que dói, que magoa a alma. E onde está o sentido de sofrermos com algo a que não podemos de maneira alguma chegar? Egoísmo, dirão alguns, parva, dirão outros, preservação da sanidade mental, digo eu.