Fevereiro 21, 2024
imsilva
Sinto o despertar a chegar devagarinho, mas não quero.
Levanto uma pálpebra a medo e vejo a luz do dia,
imediatamente torno a fechá-la e acomodo-me em concha
qual feto no ventre de uma mãe
na cama quente, debaixo da roupa
que me protege do mundo lá fora.
Se eu pudesse ficar aqui num casulo protector,
imaginando-me fora do mundo, fora da dor
só dormindo, com bonitos sonhos
sem ver as cores feias da vida acontecendo em horror.