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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Quando me perdi de mim...

1 Foto, 1 Texto

Maio 09, 2025

imsilva

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Quando me perdi de mim, me perdi do mundo, das cores, dos cheiros, dos sons, do querer

Quando me perdi de mim, veio a escuridão, veio o silêncio, veio o medo

Quando me perdi de mim, me perdi no vento norte e me arrastei por um céu inóspito que não me quis recolher

Quando me perdi de mim, perdi a minha sombra encerrada no vazio, perdi as recordações que me seguravam, perdi o amor que me obrigava a viver

 

 

Março 05, 2025

imsilva

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Não é esta (roubei a foto), mas juro que é igualzinha à da minha mãe. Ainda deve de estar com o meu pai, porque depois da sua ausência fazer parte da nossa vida, ele usou-a tal como ela fazia, nunca o tendo feito antes, até o aconselharmos a usar um frasco de café solúvel que dava muito menos trabalho. 

- Põe 3 colheres de café quando a água estiver quase a ferver e mexe com cuidado para não deitar por fora. - E assim, eu fazia o que ela dizia. Umas vezes resultava, outras lá ia o café por fora.

É uma cafeteira, só, mas fazia um café de cevada que cheirava a casa, a infância, a pequenos almoços, e mais tarde a reuniões familiares com almoços que tinham sempre uma cafeteira com café acabadinho de fazer para todos.

A beleza das lembranças, a beleza de uma cafeteira fora de moda, de aluminio, mas com tanto significado. A beleza do amor que a minha mãe nos transmitia quando dizia; fiz café, quem quer?

Mar de dor

1 Foto, 1 Texto

Fevereiro 21, 2025

imsilva

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Mar de dor

Mar de fúria, de desespero, de loucura, de sofrimento

Mar de quem não sabe onde ir, de quem ficou sem norte

Mar de quem não compreende, de quem tem só interrogações

Mar de quem espera por uma nova onda, quem sabe se não será a onda da salvação?

Mar acalma-te, ensina um caminho, mostra compreensão

Mar, sê o pai, sê a mãe, beija com ternura, beija com o amor que salva

Mar da esperança de quem te olha a chorar

Mar do poder, mostra a tua força na redenção, deixa viver

Fevereiro 19, 2025

imsilva

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Um lar

ès tu, sou eu

é o amor

é o respeito

é o conforto

é o querer ficar

é o ninho a que se regressa sempre

é o receber com carinho quem vier por bem

é a lareira acessa nos dias frios

é as portas abertas e receber a brisa da primavera

é os livros que já conhecemos

é as plantas que cuidamos com mais ou menos esmero

é a mobília que nós marcamos com a vida

é as almofadas onde nos encostamos quando cansados

é as mantinhas que dão para todos

um lar

é o que também chamamos casa, nossa casa

 

 

Camélias

1 Foto, 1 Texto

Fevereiro 14, 2025

imsilva

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Hoje vou dedicar este post às camélias.

Vou aproveitar o dia dos namorados (eu que não sou de dias dedicados), e escrever sobre flores. Tenho-as no meu canteiro, são demasiado rápidas na sua beleza e simplicidade. Quando aparecem, temos de olhar depressa, usufruir da bonita visão antes que caiam e nos abandonem. Por outro lado temos a folhagem que está lá todo o ano, e que nos ajuda a fazer ramos com outras flores pela sua durabilidade.

Por alguma coisa fui lembrar-me de fazer esta conjuntura de namorados e camélias. É que esta planta dá para todos os gostos, a flor lembra os amores fugazes, que ainda no encantamento vão por água abaixo por dá cá aquela palha, e as folhas lembram os amores resilientes, que apesar dos anos, de algumas mágoas e dos tropeções, resistem e vão em frente cada vez mais fortes e orgulhosos, até o mundo se derrubar quando falta um dos parceiros.

Se for caso disso, tenham um bonito dia ao lado do vosso amor, se não, amem-se a si próprios e ao que vos rodeia, porque tudo é amor. 

 

Um Natal desejado

1 Foto, 1 Texto

Dezembro 20, 2024

imsilva

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Lá fora já brilhavam luzinhas de Natal, já a televisão debitava sugestões de prendas para todas as idades, e já todas as crianças ansiavam pela vinda do pai Natal. Mas, lá dentro, naquele edifício grande, Duarte acordou em sobressalto. Sonhara que a mãe era levada, empurrada por um vento violentíssimo sem conseguir lutar contra ele. Já de olhos bem abertos, lembrou-se que já não estava em casa, que já não estava com a mãe. Estava numa casa de acolhimento após o terem ido buscar a casa, depois de uns problemas que a mãe tinha criado. Duarte bem sabia que a mãe não estava bem, precisava de uma arejada, talvez de uma ajuda médica. No dia a seguir depois de uma noite não muito bem dormida, a Dra. Cristina veio falar com ele. Veio dizer-lhe que a avó, que chegara a visitá-lo quando era pequenino, não fazendo ideia de porque o tinha deixado de fazer, queria vê-lo, falar com ele, saber se ele estava bem. Duarte ficou confuso, não se lembrava dela. Tinha falado com ela uma vez ao telefone por insistência de sua mãe, e pronto. Era a mãe do homem que seria seu pai, mas que não tinha querido. O que queria agora? Quando chegou o dia marcado, Duarte estava assustado. Entrou na sala e viu sentada na mesa de casa de jantar, uma mulher não tão velha como as avós costumam ser. Pediram-lhe para se sentar na cadeira ao lado, e fê-lo com o olhar posto no chão. - Olá Duarte - disse a mulher. - Olá - respondeu ele. Depois, depois foi uma longa conversa, ou diria melhor, um quase monólogo. A avó falou-lhe do seu afastamento, da preocupação contínua que tinha por ele, das razões que tinham levado àquela situação e que ele um dia entenderia melhor. A vida não era só coisas bonitas e tinham de saber lidar com o outro lado, o lado dos problemas, das coisas mais escuras, e do trabalho para lhes dar luz e paz. Era um situação mesmo muito complicada, mas ela estava ali por ele e para ele. Depois dessa visita houve outras duas em que a avó quis saber dos seus gostos, qual o seu prato preferido, qual a sua brincadeira favorita, se gostava do que aprendia na escola, do que gostava de fazer quando não estava lá. Duarte acabou por sentir que aquela senhora gostava dele, que o olhava com ternura e interesse, que era meiga e carinhosa, quem sabe, talvez pudesse confiar nela. Dois dias depois da última visita, apareceu novamente. Sentaram-se os dois na sala e a avó perguntou-lhe se gostaria de de ir passar o Natal com ela e com a família que ainda não conhecia. Eram tias, primos mais ou menos da sua idade, o avô e ainda um bisavô, coisa que o Duarte não pensou que teria. A criança ficou pensativa, deveria ir? Como seria estar no meio de tanta gente que não conhecia? E a sua mãe, com quem iria passar o Natal? Eram demasiadas perguntas para o rapaz que há um mês tinha deixado a mãe. A avó compreendendo as dúvidas do neto, disse-lhe que poderia pensar com calma e que depois poderia dar a resposta à Dra. Cristina, que por sua vez lha comunicaria. Houve uma conversa entre o Duarte e a sua responsável, chegando ambos à conclusão que valia a pena a tentativa de aproximação que a família pretendia, a esperança brilhava nos olhos do rapaz. No dia 24 de manhã, a avó apareceu com um grande sorriso e pegando na pequena mala do Duarte, deu-lhe a mão e dirigiram-se ao portão de saída. A senhora sentia que algo estava a começar, sentia-se feliz como há muito não sentia. O neto, apesar de apreensivo e tendo em conta que tinha sido sempre só ele e a mãe, levava o coração leve e os desejos de finalmente conhecer uma família. Os dois olharam-se olhos nos olhos, e sorriram um para o outro, iam ter três dias para entender o passado e preparar o futuro. Ao passar por um largo, ouviram um grupo coral  que cantava "a todos um bom Natal". 

Amor no Buddha Eden

1 Foto, 1 Texto

Novembro 15, 2024

imsilva

No Buddha Eden encontramos o amor em belas estátuas espalhadas por aquele bonito recinto.

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O amor também pode doer, e com ele, aprender

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O amor de família é extensível ao infinito

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O amor é cuidar

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O amor é abraçar o coração do outro

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O amor é caminhar juntos

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O amor é estar lá

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O amor é proteger

Setembro 18, 2024

imsilva

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Quando ao tempo o leva uma borboleta, nós ficamos a sentir que algo ficou

Algo ficou por dizer, algo ficou por fazer, e ficam as recordações, as lembranças, o amor que fez parte das nossas vidas e sempre fará.

Hoje seriam 89, ficaste pelos 86. Foi um longo percorrido que deixou as suas marcas numa família que nunca te deixará ir. 

A tua memória ficará para sempre nos que te conheceram, nos que amaste. Aqueles por quem sempre te preocupaste incondicionalmente.

 

Agosto 02, 2024

imsilva

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A capacidade de imaginar uma selva num pedaço de verde, 

de sentir leões e tigres, talvez um elefante nas proximidades

de sentir que facilmente se leva a melhor a uma piton de 5 metros

A capacidade de nos sentirmos crianças num mundo melhor e maior

Melhor no amor, na leveza de viver com aquilo que importa

Maior na empatia e na aventura que é viver como as crianças

Vendo um tigre que pede festinhas, ou uma piton que só quer brincar

Porque mesmo a brincar, podemos levar as coisas a sério

Livro dos contos de natal do Blog

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