Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

A bela senhora

1 Foto, 1 Texto

Agosto 09, 2024

imsilva

20240710_191233.jpg

A bela senhora perfumou-se, vestiu o seu melhor traje, ordenou que a criada lhe fizesse os mais belos caracóis no cabelo, hoje não usaria a peruca, e preparou-se para o encontro com o seu senhor. Esta preparação exigia uma funda inspiração para a mente se acalmar, e poder aparecer em todo o seu esplendor sem franzir qualquer parte do seu rosto para não desagradar o seu amo.

Com a aia atrás de si, saiu dos seus aposentos e iniciou a descida da enorme escadaria, tendo o cuidado de colocar os seus mimosos pés calçados com uns magníficos sapatinhos de cetim, no degrau certo com a maior delicadeza possível.

Chegada ao átrio, atravessou-o com a cabeça erguida confiante na imagem que transmitia, e alcançando a entrada, debruçou-se na balaustrada que dava para o pátio principal para admirar o seu senhor. Ao não ver alguém à vista, mandou chamar o lacaio do seu amo e perguntou-lhe onde se encontrava este, com quem tinha uma cita marcada nessa hora. O pobre lacaio ficou um pouco perturbado e titubeando explicou que o seu senhor tinha ido de viajem por uma semana, por se encontrar, segundo ele, estupidificado na madorna vida do palácio.

A bela senhora, muito devagar, virou-se, tornou a fazer o caminho que acabara de fazer em sentido contrário, mas não ia só. Acompanhava-a a tristeza e duas lágrimas que teimosamente decidiram deslizar pelo seu rosto.  

Novembro 27, 2023

imsilva

b5be3e0bcf7d36cf03c1d0e868626f15.jpg

 

Encontrei esta reflexão que me parece maravilhosa;


Um dia, o burro de um agricultor caiu num poço. O animal chorou durante horas, enquanto o agricultor tentava perceber o que havia de fazer. Finalmente, decidiu que o animal era velho e que o poço precisava de ser tapado de qualquer maneira; não valia a pena recuperar o burro.

Convidou todos os seus vizinhos para o ajudarem. Todos pegaram numa pá e começaram a meter terra no poço. No início, o burro apercebeu-se do que estava a acontecer e chorou horrivelmente. Depois, para espanto de todos, acalmou-se.

Algumas pás depois, o agricultor olhou finalmente para o poço. Ficou espantado com o que viu. A cada pá de terra que lhe batia nas costas, o burro fazia uma coisa espantosa. Ele sacudia-se e dava um passo para cima.

Enquanto os vizinhos do agricultor continuavam a atirar terra para cima do animal, este sacudia-se e dava um passo em frente. Em pouco tempo, toda a gente ficou espantada quando o burro passou por cima da borda do poço e saiu a trotar alegremente!

MORAL :
A vida vai atirar-nos terra para cima, todo o tipo de terra. O truque para sair do poço é sacudi-la e dar um passo em frente. Cada um dos nossos problemas é um trampolim. Podemos sair dos poços mais profundos se não pararmos, se nunca desistirmos! Abanar a cabeça e dar um passo em frente.

Lembre-se das cinco regras simples para ser feliz:

1. Liberta o teu coração do ódio - Perdoa.

2. Liberta a tua mente das preocupações - A maioria nunca acontece.

3. Vive com simplicidade e aprecia o que tens.

4. Dê mais.

5. Esperar menos das pessoas e mais de si próprio.

 

Uma linda memória com 11 anos de Wild Free

Julho 19, 2021

imsilva

FB_IMG_1626122466350.jpg

 

" O escuro ainda chorava:
- Sou feio. Não há quem goste de mim.
- Mentira, você é lindo. Tanto como os outros.
- Então por que não figuro nem no arco-íris?
- Você figura no meu arco-íris.
- Os meninos têm medo de mim. Todos têm medo do escuro.
- Os meninos não sabem que o escuro só existe dentro de nós.
- Não entendo, Dona Gata.
- Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro só mora quem lá inventamos. Não é você que mete medo. Somos nós que enchemos o escuro com os nossos medos."

Mia Couto, in 𝘖 𝘨𝘢𝘵𝘰 𝘦 𝘰 𝘦𝘴𝘤𝘶𝘳𝘰
Ilustr. Howard McWilliam

Julho 07, 2021

imsilva

FB_IMG_1618352831504.jpg

 

Um dia Meher Baba perguntou aos seus discípulos o seguinte:
– Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
– Porque perdemos a calma – disse um deles.
– Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao teu lado? –
Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma delas satisfazia ao Baba.
Finalmente ele explicou:
– Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para se poderem escutar.
Em seguida Baba perguntou:
– O que sucede quando duas pessoas se enamoram? Elas não se gritam, mas sim se falam suavemente, por quê? Seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. (...)
Então Baba disse:
– Quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Orlando Nussi. In. Frases, Dicas e Histórias Maravihosas. 

Maio 13, 2021

imsilva

Dando continuidade ao desafio da  Ana de Deus  e respondendo ao convite da Luísa de Sousa , aqui deixo a minha participação.

 

 

22069514_78Ov6.jpeg.jpg

 

Bom, não tendo outro remédio, sexta-feira às 13,40 fecho o estaminé, apesar de ter pessoas (como as odeio) a quererem beber um café à força (vão beber pra casa), meto-me no carro em direcção ao Pavilhão onde parece que todos levam a vacina. Bem, se aquilo me doer, vão me ouvir bem, rais'parta, que eu não estou para isso. Depois de apanhar com um pacóvio que não sabia conduzir a mais de 30 à hora, e a quem tive de dar umas boas buzinadelas, chego e estaciono o carro.

À entrada do Parque desportivo, estava uma carrinha que queria que eu lá entrasse para nos levarem feitos cordeiros até ao sítio. Eu disse logo que não, que não entrava ali com aquele gente toda, eu ia era a pé, com o que eu gosto de pessoas, pfff...

Quando lá cheguei, Oh Senhores!!! tanta gente de um lado para outro só a dar ordens, vá práqui, depois vá práli, e eu com uma vontade de responder doida que até me ia dando uma urticária. 

Finalmente lá entrei numa casota, e mandaram-me tirar a camisa (qual presidente da republica), que era à moda que um bocado apertada, e não dava para arregaçar, quando vejo a mulher com uma agulha na mão, até vi tudo vermelho, e quando ela me espeta aquilo tudo no braço, dei um berro tal, que se ouviu no pavilhão inteiro...

 

E agora passo a batata, que é como quem diz o conto, à Ana Mestre Que com a sua criatividade irá dar boa conta do recado.☺

Azul marinho

Vamos pintar com palavras? #1

Janeiro 20, 2021

imsilva

f5c5601d3e849149812cdd7e7ea9459c.jpg

         

           Azul Marinho

Tinha um fato azul marinho. Porquê será que a maioria dos fatos dos cavalheiros são azul marinho?

Estava nervoso, ansioso, uma pilha de nervos.

Precisava daquele emprego, a vida estava ali, e ele precisava de a agarrar, de a levar para a frente, não podia deixá-la ir embora para outras paragens, não podia deixá-la desaparecer, era ali que ela devia de estar e ia fazer por isso.

Contavam com ele, e ele não os iria desiludir. Não era ele que importava, eram os outros, os que dele dependiam.

Verificou a pasta, estariam todos os papeis em ordem? Tinha-se esforçado por preencher tudo como deve de ser, como manda o figurino. Ele não podia desapontar quem nele acreditava.

Respirou fundo 2, 3 vezes, sacudiu o receio com 2 ou 3 piscar de olhos, e verificando mais uma vez o seu fato azul marinho, empurrou a porta e entrou no edifício.

 

Texto no âmbito do   Desafio caixa de lápis de côr 

 

21997264_iyKrZ.png

 

 

 

Junho 12, 2020

imsilva

 

Introdução; Uma noite do verão passado, cheguei a casa muito cansada e já tarde, mas com a necessidade de escrever qualquer coisa. Havia uma palavra que me surgia com muita força "areia", e imaginava a areia da praia, era uma espécie de conforto que me chegava através da mente. Sentei-me e comecei a escrever. Nos dias seguintes continuei, e foi isto que saiu daquele impulso. Lembrei-me de vos ofertar com este conto, relato, história, que estava guardado e quase esquecido.

bc3ae2310a73d88876af528e72446639.jpg

VIDA

 

Hora-16,30.

Frio, muito frio.

A areia estava molhada, na consistência certa para fazer bonitos castelos de areia. Estivessem ali as crianças munidas de baldes e pás, e pela certa a empreitada seria rapidamente concretizada, e surgiriam torres, muralhas, ameias e fossos colossais, onde poderia esconder mágoas, dores e prantos que lhe apertavam a garganta, o coração e a alma.

O céu estava triste, solidário com o seu próprio espírito, e a cor do mar convidava a pensamentos lúgubres e obscenos de tão maus que eram.

O telemóvel tocou

- Estou?

- Podes vir.

- OK.

E um soluço se soltou da sua garganta, que rapidamente negou e prendeu.

Emília levantou-se, sacudiu as calças molhadas da areia e dirigiu-se às escadas que a levariam para fora da praia, para um sítio onde não quereria ir de maneira alguma.

Ana, a sua grande amiga e cunhada estava à sua espera, sentada num banco. Emília chegou até ela, deu-lhe o braço, recebeu um beijo e seguiram para o seu destino. Mas não iam sós, as recordações de uma vida, iam com ela naquele regresso à casa onde Eduardo repousava.

Tinha casado aos 23 anos apaixonada. Conhecera Pedro num concerto onde fora practicamente obrigada a ir pelos amigos, que não aceitaram um não da sua parte. Pedro era amigo de Marta, uma das raparigas do grupo, e acabou por passar a noite com eles. Depois disso, passou a fazer parte de todos os encontros e programas que faziam, indo com eles aonde eles fossem.

Simpático e afável, tomou-se de amores por Emília que sem se dar conta, começou a retribuir a atenção a daí a namorarem e a casarem foi um pulinho.

Pedro estudara economia e trabalhava numa grande multi-nacional, e Emília, que sempre tinha sonhado com jornalismo, acabou por contingências da vida numa editora pequenina que, com o tempo crescera, acreditava ela que com uma boa ajuda da sua parte, e acabou por se sentir muito satisfeita e orgulhosa do seu trabalho.

Quando ficou grávida por 1º vez, apesar de não estarem à espera, aceitaram de bom grado e com muita emoção, e apaixonaram-se perdidamente por aquela coisinha doce a quem chamaram Inês. A 2º vez foi mesmo prevista e desejada, queriam dar continuidade à felicidade que tinham encontrado com a Inês, e assim nasceu a Mariana.

Fora uma bonita história, houve muito amor, muito carinho compartilhado durante uns bons anos, mas, não sabe muito bem como ou quando, durante o trajecto, apareceu uma bifurcação e aparentemente cada um seguiu um caminho diferente. Talvez tivesse sido quando depois de uma festa na empresa, Pedro acompanhou uma colega a casa, e tendo acabado por entrar para beber um café, demorou-se mais do que previa e aconteceu também mais do que o previsto. Ou quando ela sentiu necessidade de sair uns dias sozinha, por sentir que precisava de respirar e estar consigo mesma, para sentir que também existia, talvez…

Emília, na altura pensou que era difícil ter um amor para a vida, o ser humano é muitíssimo complicado, 2 seres humanos mais complicado é.

Mas, passados 3 anos conheceu Eduardo, e foi impossível não querer estar com ele todos os dias, partilhar o café da manhã com aquele sorriso, e com aqueles olhos pretos que a faziam sempre sentir, que realmente olhavam para ela.

Eduardo era irmão do marido de Ana, uma amiga recente mas muito importante nesses momentos da sua vida, e cuja amizade felizmente, tinha continuado agora com laços familiares. Este encontro com Eduardo, escultor já com algum nome no meio, deu-se quando Emília estava mais convencida que nunca, que não queria compromissos com ninguém, sentia-se bem sozinha, com a companhia das filhas que cresciam bastante equilibradas, uma vez que tinham o total apoio do pai.

Mas essa convicção foi por água abaixo depois de um fim de semana em casa de Ana no Alentejo, em que percebeu que afinal pode haver mais que um amor na vida.

E assim já tinham decorridos 21 anos. 21 anos de vida amada, de vida calma, de vida compartilhada nos bons e maus momentos, sem nunca ter ficado beliscada por isso.

Até àquele dia.

 Eduardo trabalhava no quarto que lhe servia de atelier, e Emília mexia no que seria o almoço de ambos. Tinha recebido um telefonema da filha Inês, a relembrar o jantar de sábado para celebrar o 8º aniversário de Margarida, a neta mais nova, e pensava naquilo que iria comprar para a neta, quando houve um barulho mais forte que o normal, vindo do atelier. Bastante assustada dirigiu-se para lá, e ao abrir a porta, encontrou Eduardo estendido no chão a tremer convulsivamente. Depois de ter chegado o 112, tudo mudou na sua vida, nada seria como até aí.

Ana diz-lhe – entramos? Emília desperta da sua viagem ao passado, algum dele tão recente como assustador, e com um sorriso triste acena com a cabeça.

Lá dentro está o corpo de Eduardo, amavelmente os senhores da funerária e o seu irmão, estiveram a tratar dos pormenores do que se iria seguir. O que é que se iria seguir?

Neste momento Emília não quer olhar para o futuro, neste momento quer olhar para o presente e quer muito guardar o passado.

Dezembro 29, 2019

imsilva

6d5b013087be04d3bf37ba8c647973e0.jpg

Aqui vai o meu agradecimento aos bloguers que se dispuseram a escrever um conto de Natal. Belos contos apareceram a retratar esta bela época. Adorei lê-los, tinham garra, tinham sentimento, tinham vontade. Dignos de ser lidos em qualquer colectânea que se venda por essas livrarias fora. Obrigada pela companhia na aventura, pode ser que um dia me surja outro desafio e sei que vos vou ter desse lado.

Beijinhos literários. 🥰

Livro dos contos de natal do Blog

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D

Livro dos contos de natal 2 do Blog

Em destaque no SAPO Blogs
pub