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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

A dor que ensina

52 Semanas de 2022 / Semana 40

Outubro 04, 2022

imsilva

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A lição que me ensinou qual é a força que nos move, tive-a há 5 meses, com a morte da minha mãe.

Algo que sabemos que acontece, vemos acontecer aos outros, mas não esperamos que nos aconteça a nós.

E quando nos acontece, descobri-mo-nos muito mais fortes do que nos imaginávamos. Porque há mais alguém que precisa da nossa força e nós fortalece-mo-nos para eles, ao mesmo tempo que nos descobrimos num âmbito que desconhecíamos. Isto até nos sentirmos seguros para ir abaixo e deixarmos a alma chorar.

É, e será sempre uma grande dor, mas a força que passamos a ter move montanhas. Não me lembro de alguma vez ter tido uma lição que me ensinasse tanto, nem os anos de pandemia, apesar de bastante complicados.

 

 

Participação no desafio da Ana de Deus

Maio 06, 2022

imsilva

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Lágrimas teimosas rolam,

escorrem pelos cantos que a alma deixa a descoberto

e livres, vão passeando por aqui, por ali e por acolá

envolvendo um coração dorido

deixando um rasto, também teimoso, de tristezas e ânsias

Não encontram caminho a direito

por isso vão ziguezagueando e teimosamente demorando

Se encontrassem o caminho certo

talvez já tivessem levado as dores e as lástimas

talvez já tivessem desertado para algum outro sítio

libertando assim as teimosas angustias do meu coração

por onde a tua imagem passeia

Os meus últimos dias

52 semanas de 2022 / tema 18 Escreve sobre o teu dia

Maio 04, 2022

imsilva

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Andei desaparecida.

Passei por cá no dia da mãe, e deixei testemunho da nossa falta.

Hoje aproveitando o desafio da nossa Abelhinha Ana, vou escrever sobre os meus últimos dias, provavelmente não serão descrições maravilhosas de coisas boas mas serão testemunhos do que nos acontece por lei de vida e por muito que nos custe.

Entre o saber que íamos perder a nossa mãe e o perde-la vai um longo passo. Conseguimos enganar-nos a nós próprios, fingindo que é falso alarme e que não irá acontecer, pobres parvos.

Nestes dias passamos da dor ao ânimo constantemente. O meu pai precisa de nos ver inteiros, e não podemos defraudá-lo. Fomos (somos)uma família de ciganos, a casa esteve sempre cheia, almoços e jantares sempre com alguém a aparecer, mas como éramos sempre muitos, quando alguém aparecia a mais, nunca havia problema porque era só ir buscar mais um prato.

Talvez por não termos tido muito tempo para estarmos sozinhos, nestes últimos dias temos sentido algo a partir-se cá dentro cada vez que percebemos que não tornaremos a vê-la. Ontem passei pelo cemitério sozinha e ralhei com ela, perguntei-lhe o que estava a fazer ali, aquilo não era o seu sítio, o seu lugar era lá em casa, a receber-nos com o seu sorriso e a dizer - então filha?

Acordo a pensar nela, adormeço a pensar nela, e nela penso em todas as outras horas do dia. Assim têm sido os meus dias, dias em que me imagino dentro de um sonho mau do qual vou acordar em qualquer momento, até ao dia em que vou de nariz ao chão e aí talvez com a dor perceba que não estou a sonhar mas a viver uma triste realidade.

 

Agosto 14, 2019

imsilva

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A Ana e mais recentemente a MJ, publicaram umas fotos e falaram de uma notícia que me provocaram dor.

A 1º publicou há um tempo atrás, uma foto de um pedófilo, e esta semana de um miúdo sentado no chão, que não tendo pernas, desenhava-as no asfalto. Ralhei com ela, (coitada) porque são imagens que provocam muita dor e raiva, obviamente por motivos diferentes.

A 2º referiu uma notícia que viu na tv, nos States, uma operação policial, detiveram centenas de pessoas imigrantes, e os filhos destas, ficaram a saber das detenções à saída da escola. Parece que o que ficava no ar, era que estas crianças ficariam por sua conta, sem ter quem tomasse conta delas. Enervante!

1º Sou uma fortaleza, perante filhos, marido, pais, funcionários, tenho que ser, se eu me for abaixo, tudo descamba. Quando o meu primo se lembrou de morrer num acidente de viação aos 51 anos, gritei, chorei mas, sozinha em casa. Depois fui trabalhar como se nada fosse, mas a morrer por dentro.

2º Sou uma mariquinhas, não posso ver discussões, porrada ou vias disso. Se num filme vir alguém a levar, não olho, podem levar com tiros, que não me incomoda, mas ver alguém no chão com outros ao pontapé, não. E o pior é quando é real, já tivemos na tv imagens dessas, casos de adolescentes desalmados, que não sei onde raio cresceram, mas que são capazes de moer à pancada seres humanos como eles. Sabemos que essas imagens passam centenas de vezes no mesmo noticiário, o que me obriga a estar constantemente a desviar o olhar, porque simplesmente não consigo ver.

No caso do pedófilo, se eu pudesse fazer alguma coisa, como por exemplo bater-lhe (aqui é válido) até ficar cansada...ok.  No caso do miúdo sentado no chão, se eu pudesse mexer-lhe na vida e de alguma maneira ajudá-lo, ok. No caso das crianças aparentemente deixadas à sua sorte, fizesse eu parte de algum grupo de ajuda que andasse por lá, e faria todo o sentido ver e perceber os contornos da situação.

Mas a impotência é tão grande, que dói, que magoa a alma. E onde está o sentido de sofrermos com algo a que não podemos de maneira alguma chegar? Egoísmo, dirão alguns, parva, dirão outros, preservação da sanidade mental, digo eu.

 

Março 22, 2019

imsilva

A burrice e a sua prima ou amiga, ou lá o que é, a mentira, põem-me completamente fora de mim. Até dor de barriga, de coração e de alma me dão. Fico toda esfrangalhada. Normalmente, a pessoa que tem esses magníficos atributos, passa-me ao lado e não ocupa lugar nos meus pensamentos,mas quando tenho que lidar e comunicar com ela, como faço? A vida põe-nos desafios à frente que, ou os ultrapassamos, ou vamos parar a psicoterapia por um tempinho. Eu tenho andado a ultrapassá-los conforme posso, porque (acreditem) não tenho outro remédio, e leva-me a dizer bem alto "viva eu"

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P.S  A burrice a que me refiro é aquela que vem do xico espertismo, pessoas que são espertas demais para umas coisas e para outras fazem-se burras. 

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