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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Agosto 30, 2023

imsilva

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"Dois burros velhos planeavam as bodas de prata. Já tinham passado metade das suas vidas juntos e partilhado muitas burrices.
A primeira burrice foi a do Hi-Hon: mal se conheceram, ainda jovens, zurraram "Hin-Hon" ao mesmo tempo e casaram imediatamente.
A segunda burrice repetia-se de cada vez que alguém os obrigava a atravessar uma estrada, e era esta a sua burrice preferida: a meio caminho, firmavam as patas e não havia força no mundo que os arredasse dali.
A última burrice dos dois foi a burrice da orelha de burro:
Na noite anterior às bodas de prata, sabendo que o burro era muito esquecido, a Burra fez-lhe uma pequena dobra na orelha direita.
E o que é que aconteceu?
O Burro ficou com a orelha tapada e, como já era surdo da orelha esquerda, continuou a dormir quando o galo cantou e dormiu até à noite, passando todo o dia de festa a ressonar.
Até que a Burra, exasperada, bufou furiosamente e pôs fim às bodas de prata. Pegou, então, nas suas patas teimosas e disse: "Vou-me embora!"
Afastaram-se a trote, de focinhos empinados, cada um decidido a encontrar um parceiro melhor.
A Burra foi para sul e o Burro...foi para sul também." (...)

Adelheto Dahimène e Heide Stöllinger. In, "Burros".

600 posts depois...

...aqui estou eu

Novembro 16, 2022

imsilva

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Post nº 600!!!

Quantas palavras estão confortavelmente instaladas neste blogue!

Aqui neste blogue, nascido quase, quase, quase há 4 anos, despejei sentimentos, emoções e opiniões.

Descobri uma criatividade que desconhecia nos desafios a que respondi, e que tanto me ensinaram, sempre com o medo de não saber se conseguiria. No final ficou o orgulho do que foi conseguido.

Escrevi palavras minhas e partilhei palavras de outros, escrevi histórias a duas mãos com o meu neto, desafiei a escreverem sobre os "cinquentas", desafiei para que escrevessem "Contos de Natal" o que deu frutos maravilhosos e livros editados, e mostrei a vulnerabilidade da minha adolescência, nos poemas que publiquei em Janeiro de 2020. 

Escrevendo ao meu ritmo, 2 ou 3 vezes por semana, também publiquei diariamente quando assim foi preciso. Em Abril de 2020 publiquei todos os dias uma foto no "Desafio das flores" e em Dezembro de 2020 publiquei todos os dias um postal de Natal antigo.

Homenageei os dias marcados no calendário, com o respeito e carinho que mereciam, os que não me dizem nada, não mereceram.

Resumindo e concluindo, este blogue tem sido o meu porto de abrigo e muitas, muitas vezes o meu diário de bordo, aqui estão esparramados dramas, comédias e momentos importantes da minha vida.

Agradeço a todos os que me têm acompanhado, muitos já estão no meu coração, alguns já fazem parte do núcleo das amizades, e prevejo que esse número vai aumentar ao longo do tempo.

Espero continuar neste cantinho à beira net plantado onde tão bem me sinto, enquanto me deixarem, continuando a despejar sentimentos, emoções e opiniões, até que a alma me doa, sempre ao vosso lado.    

 

 

 

 

Janeiro 28, 2022

imsilva

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Quando descobri esta florzinha escondida numa planta que parece estar a desfalecer, fiquei a olhar espantada para a sua pequenez e resiliência. Aquela que tantas vezes nos falta.

 Fez-me pensar em nós, seres humanos na luta pelo dito lugar ao sol, empurrados pelos sonhos que criamos na esperança de sermos agraciados.

E no entretanto...

A vida faz-se, ou tenta-se com melhores ou piores resultados, mas vai-se fazendo.

E enquanto acontece, passos são dados, emoções são sentidas, decisões são tomadas.

Alegria e tristeza vão marcando presença, a felicidade vai espreitando num jogo de escondidas, e nós vamos crescendo em direcção a algo não muito claro, mas que nos preparamos para enfrentar com determinação e coragem, como esta florzinha.

 

 

Março 25, 2021

imsilva

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Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
________
Sophia de Mello Breyner Andresen
(6 de novembro de 1919 - 2 de julho de 2004)

Novembro 24, 2020

imsilva

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Que nada nos limite,
que nada nos defina,
que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja nossa
própria substância,
já que viver é ser livre.

Porque alguém disse e eu
concordo que o tempo cura,
que a mágoa passa,
que decepção não mata.
E que a vida sempre,
sempre continua.

Simone de Beauvoir
il. Anne Julie Aubry

 

Biblioteca Municipal de Beja  -  José Saramago 

Abril 23, 2020

imsilva

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Era um dia com sol e vivacidade

Um dia em que apetecia viver

Em que apetecia pintar, brincar e sonhar

Era um dia bonito, era um dia enxuto

Era mais um dia...

E depois ... aconteceu

Nunca percebemos como

Creio que nunca o saberemos, mas aconteceu

Era dia, e subitamente caiu a noite

E com ela o frio, a água e a negritude da escuridão

Entrou na alma e no coração das gentes

E tudo esborratou, e todas as imagens borrou

E tudo se extinguiu, tudo se esfumou

E tudo deixou de ser

Mas antes, tinha sido um dia bonito, um dia enxuto

 

Este desafio foi -me passado pela  Ana Segundo as regras há 3 alíneas, e eu vou escolher a alínea c) para o próximo participante que será  o C.C.

 A letra seguinte será "F" , ou seja a palavra escolhida para o título começará por essa letra, mas a palavra escolhida não poderá constar do texto. Boa sorte.

AS REGRAS

1. a história só poderá ter, no máximo, até 200 palavras.

2. o blog que desafia terá de escolher uma das três seguintes restrições:

              a. qual o lipograma (texto que se constrói prescindindo de alguma letra do abecedário) para tornar a escrita mais criativa. exemplos? não pode ser utilizada a letra "L". isto pode ser aplicado no texto todo, numa só frase, ou num parágrafo, consoante o grau de dificuldade que procurarmos. da mesma forma, omitir vogais é mais difícil do que omitir consoantes. 

         b. escolher uma palavra específica que se queira ver incluída no texto, qualquer que seja o tema escolhido posteriomente pelo blog desafiado. o objetivo é que, apesar disto, a história não perca o nexo. também aqui, quanto mais incomum for a utilização da palavra, mais difícil será. exemplo? "esferovite". 

           c. o texto não poderá incluir a palavra relativa ao tema. exemplo? se o blog que ficar responsável pela letra "c" quiser escolher o tema corona, mas se o blog que o desafiou tiver escolhido esta terceira restrição, então ao longo do texto não pode ser usada essa mesma palavra. 

quem escrever sobre um tema de letra "A" fica responsável por dar seguimento e desafiar outro blog diferente, deixando claro qual a restrição que quer. o blog que for então desafiado a escrever sobre um tema que comece pela letra seguinte (neste caso, "B") terá liberdade para escolher a palavra que servirá de base ao tema, tendo em atenção a restrição que foi sugerida pelo blog anterior. daqui seguir-se-á para as seguintes letras até terminarmos o desafio na letra "Z".  

 

desafio de escrita dos pássaros #2.10

Não tenho tempo para te aturar

Abril 10, 2020

imsilva

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Não tenho tempo para te aturar.

Não, não tenho! Desculpa, mas... desaparece pá!

A vida tem mais e melhor do que tu. A vida tem mais coisas, a vida está cheia de coisas mais e melhores do que tu.

Não te quero, deixa-me em paz. O raio que te parta, não me escureças o dia, não me enlames a alma, não me tires a respiração. Sim, tu, "neura" imunda, sempre acompanhada desse teu amigo "mau humor".

É desgastante, é um desperdício de energia o que eu gasto contigo. Não mereces que eu gaste contigo seja aquilo que for. Nem eu mereço as consequências que daí podem surgir. Qualquer dia ninguém pode estar ao pé de mim! qualquer dia ningém me atura!

Desaparece, afoga-te, enterra-te, mas deixa-me em paz! Ah, e leva o teu amigo contigo.

Fevereiro 28, 2020

imsilva

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Mandaram-na desejar, e ela desejou, sonhou e ansiou

E quando olhou para o sol, sorriu

Era outro dia, mas... era diferente...

Tem cuidado com o que desejas, lhe disseram

E ela teve cuidado, desejou muito e bem

A luz era maravilhosa,

com as tonalidades mais belas que se possam imaginar

Cada uma a ser suplantada pela outra

Os sons eram absolutamente divinais

Murmúrios apaixonados da Natureza

Repercutindo notas de amor ao vento

O sentimento de gratidão e felicidade subia gradualmente

Até ser algo que já não cabia

Até extravasar pelos sentidos

Todos os passos foram dados

como se não acontecessem

e não tivessem existido

A brisa pairava e acariciava

e aquecia todas as partículas do seu ser

Era fino, era transcendental, era maternal

Até acordar...

Até perceber que não era

Até a vida se apresentar

Até compreender que a luz que vê

é de um dia cinzento

Que o som que ouve é o da chuva

Que o sentimento é de frustração

Que os passos que têm que ser dados, são obrigação

Que a brisa se transformou num ar gelado

direitinho ao coração

Que o medo existe e não se recomenda

E afinal nem existe a paixão

Foi um dia devorado pela percepção da luz

do som, do sentimento, dos passos e da brisa

Mas, mandaram-na desejar, e ela desejou...

Mandaram-na sonhar, e ela sonhou...

 

 

Livro dos contos de natal do Blog

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