Julho 24, 2024
imsilva
A, B, C
As letras todas na ponta da língua, e com elas brincar
A de amor, de amizade
B de bonito, de bravura
C de calor, de colo
e por aí fora... até ao Z
Z de zangado por terem acabado as letras.
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Julho 24, 2024
imsilva
A, B, C
As letras todas na ponta da língua, e com elas brincar
A de amor, de amizade
B de bonito, de bravura
C de calor, de colo
e por aí fora... até ao Z
Z de zangado por terem acabado as letras.
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Julho 10, 2024
imsilva
No dia em que as letras fugiram foi um alvoroço naquela casa. Os "As" foram para um lado, os "Is" para outro, os "Rs Js e Ms saltaram da janela, e tantos outros por todos os cantos, armários, até dentro de chávenas se esconderam. Marta ficou em pânico, nunca pensara que ao abrir o livro letras escapassem como quem escapa de um poço sem fundo. Sem saber o que fazer, olhou com tristeza para o livro que ficara com as folhas em branco e tentou pensar em algo que resolvesse a situação, porque ainda não tinha acabado a sua leitura, e agora parecia difícil fazê-lo.
Dentro da estupefacção que sentia, puxou pela cabeça e tentou pensar numa solução.
Já estando a ficar desesperada, uma ideia surgiu! E se escrevesse as letras no livro? Começaria com calma pelas letras básicas, e quem sabe se isso não chamaria as fugitivas a voltar ao seu lugar?
Muito concentrada começou afincadamente com um A, a seguir com o E, e a pouco e pouco sentiu as letras desertoras a espreitar do seu esconderijo. As que tinham saído pela janela, voltaram devagarinho como quem não quer a coisa, e quando deu por isso o livro foi ficando preenchido com cada uma das letras no seu devido lugar.
Marta com um sorriso de felicidade no rosto, fechou devagar o livro e quando pensou em ler o que faltava da história, teve medo de uma nova fuga e ficou sem saber a continuação...
Outubro 13, 2022
imsilva
Um dia, com uma pena gentilmente cedida por alguma ave, gostaria de escrever com tinta mágica nestas bonitas folhas, deixar impressões e ideias, emoções e registos de vida.
Depois, com elas faria um livro, para folhear com delicadeza, com carinho, para que as palavras não deslizassem para o vazio, as folhas não sofressem danos, o que para mim seria sacrilégio, porque um escritor não quer as palvaras, as letras, maltratadas mas sim preservadas.
Um dia, gostaria de escrever até me cansar, e quando já não houvesse folhas por preencher, escreveria nas nuvens que ao passar, levariam as minhas palavras para longe.
Um dia...
Setembro 16, 2022
imsilva
Como te compreendo, António.
Setembro 02, 2022
imsilva
Setembro traz-me um pouco mais de calma à minha vida, não muita, só um bocadinho, mas o suficiente para tentar estar um pouco mais por aqui, e dar corda à criatividade. Assim vou tentar ocupar a mente com palavras em desafios de escrita, preencher espaços brancos com frases e pensamentos meus, na esperança que a ALMA se sinta quentinha e aconchegada na manta das letras que saem do coração.
O mundo dos desafios está aí. Já temos os da Ana de Deus, a Fátima Bento vai continuar com o dos quadros e este é um novo desafio que a Celia lançou. Atrevam-se!
Julho 11, 2022
imsilva
MARIA JOÃO CANTINHO, in SÍLABAS DE ÁGUA (Ed. Ver o Verso, 2005)
OS AMANTES
Poderiam ter deixado tudo para trás de si
e tomar o último comboio da noite,
como anjos de Chagall,
que não conhecem senão a dança do amor.
Teriam, então, deslizado pelas sombras,
como figuras luminosas,
que se desenhavam no hálito da madrugada,
os corpos fundidos nos versos
que escreviam no coração um do outro.
Teriam sido felizes, deitados sobre a terra,
a olhar o céu, onde deslizavam animais feitos de algodão,
teriam esquecido os nomes um do outro,
para reaprender o apelo da água
e do sangue, o apelo da voz universal,
o canto derradeiro que os sonhava.
Era preciso ter esquecido tudo
O lugar onde se nasce,
a casa onde sempre se retorna,
era preciso ter esquecido tudo,
para reaprender esse enigma,
que se escrevia na flor do silêncio.
Poderiam ter esquecido tudo, para trás de si
e tomado o último comboio do tempo.
Óleo s/ tela : Deux Têtes À La Fenêtre, de Marc Chagall
Fevereiro 19, 2021
imsilva
Qual é a tua história barco?
Por onde andaste?
A quantas alegrias e tristezas assististe?
Agora repousas na calçada, qual tela esperando a criatividade de supostos artistas de coisa nenhuma.
É triste... mas és belo.
Fevereiro 01, 2021
imsilva
Novembro 26, 2020
imsilva
"O meu pai diz que para se conhecer
o mundo por fora é preciso ler muitos livros.
Mas para se conhecer o mundo por dentro
é preciso olhar as estrelas,
escutar o botão do coração,
contemplar um dia de chuva,
beber água com as mãos."
Filipe de Bruxelas, in “Primeiro cresci no coração”
Imagem de Gabriel Lehman (1976)
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