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pessoas e coisas da vida

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A minha toalha de Natal

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Dezembro 27, 2024

imsilva

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Não, não é um conto. É o testemunho de um dia que se desejava com mais saúde, e que eu, teimosamente pus na mesa para cumprir tradição. Não a vou tirar, no dia 3 de Janeiro, quando todos estiverem capazes, será em cima dela que poremos os pratos e as iguarias que faltaram no Natal. Será o nosso Natal de casa adiado, será a reunião de família que não pudemos ter no dia 24.

Afinal, o Natal é quando o homem quiser. 🌟🎅

Um Natal desejado

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Dezembro 20, 2024

imsilva

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Lá fora já brilhavam luzinhas de Natal, já a televisão debitava sugestões de prendas para todas as idades, e já todas as crianças ansiavam pela vinda do pai Natal. Mas, lá dentro, naquele edifício grande, Duarte acordou em sobressalto. Sonhara que a mãe era levada, empurrada por um vento violentíssimo sem conseguir lutar contra ele. Já de olhos bem abertos, lembrou-se que já não estava em casa, que já não estava com a mãe. Estava numa casa de acolhimento após o terem ido buscar a casa, depois de uns problemas que a mãe tinha criado. Duarte bem sabia que a mãe não estava bem, precisava de uma arejada, talvez de uma ajuda médica. No dia a seguir depois de uma noite não muito bem dormida, a Dra. Cristina veio falar com ele. Veio dizer-lhe que a avó, que chegara a visitá-lo quando era pequenino, não fazendo ideia de porque o tinha deixado de fazer, queria vê-lo, falar com ele, saber se ele estava bem. Duarte ficou confuso, não se lembrava dela. Tinha falado com ela uma vez ao telefone por insistência de sua mãe, e pronto. Era a mãe do homem que seria seu pai, mas que não tinha querido. O que queria agora? Quando chegou o dia marcado, Duarte estava assustado. Entrou na sala e viu sentada na mesa de casa de jantar, uma mulher não tão velha como as avós costumam ser. Pediram-lhe para se sentar na cadeira ao lado, e fê-lo com o olhar posto no chão. - Olá Duarte - disse a mulher. - Olá - respondeu ele. Depois, depois foi uma longa conversa, ou diria melhor, um quase monólogo. A avó falou-lhe do seu afastamento, da preocupação contínua que tinha por ele, das razões que tinham levado àquela situação e que ele um dia entenderia melhor. A vida não era só coisas bonitas e tinham de saber lidar com o outro lado, o lado dos problemas, das coisas mais escuras, e do trabalho para lhes dar luz e paz. Era um situação mesmo muito complicada, mas ela estava ali por ele e para ele. Depois dessa visita houve outras duas em que a avó quis saber dos seus gostos, qual o seu prato preferido, qual a sua brincadeira favorita, se gostava do que aprendia na escola, do que gostava de fazer quando não estava lá. Duarte acabou por sentir que aquela senhora gostava dele, que o olhava com ternura e interesse, que era meiga e carinhosa, quem sabe, talvez pudesse confiar nela. Dois dias depois da última visita, apareceu novamente. Sentaram-se os dois na sala e a avó perguntou-lhe se gostaria de de ir passar o Natal com ela e com a família que ainda não conhecia. Eram tias, primos mais ou menos da sua idade, o avô e ainda um bisavô, coisa que o Duarte não pensou que teria. A criança ficou pensativa, deveria ir? Como seria estar no meio de tanta gente que não conhecia? E a sua mãe, com quem iria passar o Natal? Eram demasiadas perguntas para o rapaz que há um mês tinha deixado a mãe. A avó compreendendo as dúvidas do neto, disse-lhe que poderia pensar com calma e que depois poderia dar a resposta à Dra. Cristina, que por sua vez lha comunicaria. Houve uma conversa entre o Duarte e a sua responsável, chegando ambos à conclusão que valia a pena a tentativa de aproximação que a família pretendia, a esperança brilhava nos olhos do rapaz. No dia 24 de manhã, a avó apareceu com um grande sorriso e pegando na pequena mala do Duarte, deu-lhe a mão e dirigiram-se ao portão de saída. A senhora sentia que algo estava a começar, sentia-se feliz como há muito não sentia. O neto, apesar de apreensivo e tendo em conta que tinha sido sempre só ele e a mãe, levava o coração leve e os desejos de finalmente conhecer uma família. Os dois olharam-se olhos nos olhos, e sorriram um para o outro, iam ter três dias para entender o passado e preparar o futuro. Ao passar por um largo, ouviram um grupo coral  que cantava "a todos um bom Natal". 

Dezembro 18, 2024

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Dezembro 02, 2024

imsilva

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O que acham que vem aí? 

Pois, aquilo que eu adoro; CONTOS DE NATAL!

Porquê???

Porque são lindos, porque a imaginação voa, porque os sentimentos vêm ao de cima com mais facilidade, porque tenho a certeza que têm imensas ideias na cabeça desejosos de as colocar no vosso ecrã favorito, porque se não têm ideias vão arranja-las nalgum sítio, porque eu quero e pronto! 

Que dizem? Que concordam, com certeza.

Fico à espera com muita paciência,  que durante o mês de Dezembro escrevam, escrevam uma história de Natal, um conto onde a neve, um presépio, o Pai Natal, uma rena ou outra, as bolachinhas da avó,  o amor e a amizade sejam protagonistas.

Quando estiver escrito, mandem por "correio"* com link para este post. Podem por a tag "o meu conto de natal" e escrevam, escrevam com todo o empenho. Independentemente do que acontecer depois, o importante é preenchermos este mês com espírito natalício. 

Feliz Dezembro! 💫

Boas Festas! 👼

* à antiga portuguesa, era giro não era? estou a brincar, não tenham esse trabalho.

Dezembro 27, 2023

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Já está, agora arrumar os apretechos que foram utilizados nas festas, lavar as toalhas de mesa de maneira a estarem prontas para o ano, empilhar os pratos com decorações da época, e guardá-los por mais 11 meses, e como não, chorarmos os copos bons que não sobreviveram. Com um pouco de sabedoria, despachar os restos, dividir os doces para não ficarmos enjoados ao olhar para eles. Arranjar poiso para as prendas do amigo secreto, (é só uma coisinha, cabe em qualquer lado). Afinam-se vassouras e espanadores, tenta-se tirar o bocado de arroz doce que ficou gravado no tapete, e respiramos quando vemos a casa outra vez nas nossas mãos.

E fica aquele agridoce de uma época natalícia que já acabou, com algum alívio, e que ainda há muito pouco tempo estávamos a desejar com uma imaginação onde tudo era perfeito.

Resquícios de desejos de Boas Festas, (que ainda estamos nelas) e os votos de um Novo Ano feliz, com a esperança a brilhar de que seja mesmo feliz, ou "que não seja pior que este".

De qualquer modo, sabemos que para o ano tiraremos as toalhas, os pratos e as travessas dos armários, substituiremos os copos desaparecidos, e faremos tudo de novo para vivermos o Natal como sempre fizemos. Faz parte da vida, faz parte de nós, talvez seja pelo melhor.

Um feliz Natal!

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Dezembro 22, 2023

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Não sei se sabem, mas o parto do Menino Jesus esta marcado para dia 24 à meia-noite. Parece que a doula que vai assistir Maria, tem uns convívios e umas jantaradas combinadas, e não está livre antes. Posto isto, pedi com muito bons modos, ao casalinho da foto 🎅🤶 (creio que conhecem), que fizessem as honras de me acompanhar nos desejos de umas muito Boas Festas, e um muito Feliz Natal neste cantinho à beira net plantado. Desejamo-vos amor, saúde, boa companhia, sorrisos sinceros na face, e já agora, se possível, paz.  

Deixo um agradecimento profundo pelo trabalho do Pai Natal e da Mãe Natal (que foi importantíssima na solução do problema que quase boicotava a entrega das prendas às crianças), nestes desejos natalícios. Foram impecáveis na rapidez com que apareceram (devem de ter vindo de trenó). Agora vou servir-lhes um chocolate quente, porque parece que apanharam algum frio no caminho (por acaso até vieram de Inglaterra)

Festas Felizes! 🌟

 

Dezembro 20, 2023

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Fotografia da árvore da minha filha

O blog Aqui há coração, perguntava pelas nossas melhores recordações natalícias. Vieram várias à memória.

Éramos seis primos com idades parecidas, pré-adolescentes uns, e adolescentes outros. Era uma época em que não havia tecnologias irritantes, mas havia amizade, inocência, e uma grande alegria por passarmos a consoada juntos. A algazarra era constante, e a mais velha, a minha irmã, era a pior. Desde puxar a toalha de mesa que um estava a por, a tirar os bibelôs dos móveis e po-los no meio do chão, a por os dedos dentro do pudim e da mousse para os enjoados já não quererem comer. As matriarcas ralhavam e riam ao mesmo tempo.

Hoje somos mais no total, muito menos crianças, e as cabeças não têm a mesma simplicidade. Tudo na vida chama para o imediato, e por vezes sinto isso mais nos crescidos do que propriamente  nos mais pequenos. 

Finalmente, quando já falta alguém à mesa...não é a mesma coisa.

Quero voltar aos Natais da minha mãe.

Temos de salvar o Natal!

O meu conto de Natal

Dezembro 18, 2023

imsilva

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Naquele 23 de Dezembro, no Polo Norte, estavam os elfos e as renas na preparação minuciosa de todos os pormenores para fazerem a viagem de treino, que os prepararia para a do dia seguinte na noite mais fantástica do ano. Tinha de estar tudo perfeito, para ser feita sem contratempos.

Quando se preparavam para a descolagem, já num leve trote, sentiram um vento repentino que rapidamente se transformou num muito forte vendaval. Apanhados de surpresa, rodopiaram todos e cabriolaram uns contra os outros sem qualquer controle da sua parte.

Tão depressa como começou, acabou. E ficaram todos a olhar uns para outros sem compreender o que tinha acontecido. Parecia que estavam todos bem, felizmente. Foi quando Blitzen exclamou - Rudolfo! o teu nariz! - Todos os olhos se viraram para a rena chefe, e todos abriram a boca de espanto. O nariz de Rudolfo não brilhava, o nariz de Rudolfo não estava vermelho!

Alguns elfos choravam, outros com as mãos na cabeça tentavam pensar o que poderiam fazer para resolver aquele problema, afinal era o nariz de Rudolfo que tinha a magia necessária para poderem voar no trenó do Pai Natal.

Conferenciaram, e depois de muita discussão decidiram pedir ajuda à Mãe Natal. Chegaram à porta da casa e bateram várias vezes, tal era a pressa. - Quem tem tanta pressa que me quer estragar a porta? - disse a Mãe Natal abrindo-a.  - Somos nós, os elfos. Imediatamente a senhora deixou-os entrar e tratou de os aquecer com uma bela chávena da chocolate quente. - Temos um grande problema, Mãe Natal, - começou a esclarecer Donner -  precisamos da sua ajuda urgentemente! Houve um vento terrível que nos derrubou, e quando nos levantamos descobrimos que o nariz do Rudolfo tinha perdido a sua cor vermelha e o seu brilho! Isto é catastrófico, amanhã temos de voar, senão as crianças vão ficar muito tristes.  

A Mãe Natal percebeu a aflição de todos, era mesmo catastrófico, mas que poderia ela fazer? De repente lembrou-se do livro de magia que o marido tinha guardado num sítio muito especial, e foi buscá-lo para ver se teria por lá alguma solução para tão grave problema. Folheou-o com muito cuidado e com muita atenção. Já quase a desistir, na penúltima página encontrou o que precisavam. Uma receita para tornar o que o vento  tirara. - Amigos, creio que já temos a solução! - Disse virando-se para uma data de caras ansiosas que já desesperavam. 

Todos se inclinaram sobre a folha do mágico livro, e leram;

Receita de bolo de devolução do que foi levado

4 colheres de farinha de coragem                                                                                  4 colheres de açúcar de sol                                                                                           4 ovos de galinhas vermelhas                                                                                          uma pitada de fermento azul céu                                                                                     um toque de baunilha elfica

A Mãe Natal pediu ajuda a todos os presentes, e todos o fizeram com a melhor das boas vontades. Depois de terem misturado tudo na tigela mágica, meteram-na no forno de estrelinhas do céu a 20º durante 5 minutos. 

Depois de pronto, Rudolfo aproximou-se e começou a comer, não sem um certo receio. Passado um pequeno momento, viram a rena lamber os beiços com visível satisfação, e para gáudio de todos, o seu nariz começou a brilhar novamente. A pouco e pouco um lindo vermelho surgiu e, finalmente, Rudolfo voltou a ser o mesmo.

Todos bateram palmas de contentamento, agradeceram muito à Mãe Natal e correram a preparar a viagem, que correra o grande perigo de não se efectuar, e que levaria a felicidade a todas as crianças do mundo.

Se alguém se pergunta onde estava o Pai Natal durante esta balbúrdia, posso informar que dormia profundamente.  Não necessitando de treinos, preparava-se como melhor sabia.

 

Este conto foi escrito com as ideias de Martim, 10 anos e Sebastião, 7 anos.  Obrigada, meus amores!

A procura do amor - Conto de Natal

O meu conto de Natal

Dezembro 11, 2023

imsilva

20221011_172402[337].jpg

 

Era um caminho íngreme. Sentindo-se sempre na iminência de escorregar na folhagem que o cobria, dava passos cuidadosos e pensados sem saber se chegaria ao final, fosse ele qual fosse.

O frio fazia-se sentir com muita intensidade, e apesar dele estar bem agasalhado, sentia -se angustiado ao pensar que por aqueles lugares por onde passava, não havia condições de fazer frente aquele tempo. 

Procurava um sítio, um lugar onde poderia encontrar alguém que há muito fizera parte da sua vida, e que hoje fazia questão de olhar nos olhos. Já há dois meses que tinha recebido informações sobre o seu paradeiro, mas mesmo assim tinha demorado a confirmar e a ficar a par dos pormenores que o tinham levado até ali. 

Para ele era difícil entender alguns seres humanos, que podiam ter uma vida com o essencial, alguma companhia e carinho, mas rejeitavam, para viver isolados e sem o mínimo de condições. Isso lhe tinham dito sobre quem ele procurava, diziam também que tinha perdido o pouco juízo que tinha. Ele queria ver e entender. Estando a dois dias do dia de Natal, era importante que esta demanda fosse concluída com êxito.

Chegando ao fim do tortuoso caminho, e sentindo pequenos flocos de neve a começar a cair, entrou numa ruela e viu o que já estava à espera. Naquele labirinto de ruínas, calmamente, deu passos cautelosos com o instinto alerta e o coração aos saltos. 

Viu despojos por aqui e por ali, uma camisa enegrecida, um sapato sem utilização possível, um caixote de papelão e, aparentemente, alguns restos de cobertores. Curiosamente, no meio daquela desolação, também encontrou um pequeno arbusto de azevinho, esperava que fosse um bom sinal.

Avançou para mais um compartimento a céu aberto e com silvas a subirem pelas paredes, e viu-o...

Sem saber reconhecer os sentimentos que nesse momento o assaltavam, simplesmente disse;

 - Pai, estou aqui...

 

Este conto, publicado a semana passada, foi reescrito para entrar nos contos de Natal. Acreditei que o tema se insere na parte menos bonita desta época, daí publicá-lo novamente com as alterações e acrescentos devidos. Espero que agrade.

Livro dos contos de natal do Blog

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