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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Abril 30, 2025

imsilva

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Qual será a percentagem de empatia no ser humano? 

Vemos situações caricatas, por vezes na televisão ou nas redes sociais, em que pessoas passam por quem precisa de uma ajuda, seja com um carrinho de bebé, seja um idoso (ou não) que deixa cair sacos com que ia carregado, seja alguém com dificuldade a subir ou descer uma escada, seja uma pessoa com algum tipo de deficiência a atravessar uma rua, e o que fica comprovado é que há um mínimo de pessoas que se preocupam em dar algum tipo de ajuda, e muitas que simplesmente ignoram. 

É assustador saber que seres humanos não sentem qualquer coisa pelas dificuldades de outros. Que não sabem por-se no lugar do outro, que julguem que são maiores e que não precisarão de ajuda na sua vida.

Sabemos como o mundo está, matar não custa nada, destruir o pouco que os outros têm é ordem do dia, sofrimento alheio não dói. Acabamos de ter algo inédito como um apagão em vários países, que duvido que algum dia saibamos como e porquê. Cada um vai por si, compra toda a água que houver, porque não interessa que os outros também a necessitem.  

É triste, é um fado amargo, é a sensibilidade a desaparecer num mundo que já foi de entreajuda e onde uma aldeia criava as crianças da comunidade, onde o que havia era de todos. Falo de outros tempos longínquos, porque hoje existem seitas que tentam o mesmo método, mas com gatos escondidos de rabo de fora, o que invalida completamente algum bom propósito.

Estendamos a mão ao próximo, olhemos para o lado e vejamos quem está lá. Sempre ouvi dizer que um copo de água não se nega a ninguém, estejamos atentos àqueles que têm sede. Solidariedade precisa-se!

Tentando responder à pergunta feita no princípio, creio que a percentagem é capaz de, com alguma boa vontade da minha parte neste número, bater os 10%. Aceitam-se outras opiniões. 

Maio 01, 2024

imsilva

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Em 1984 embarquei no comboio da vida de casada. Na época a minha mãe era a senhora da casa e do trabalho. Fomos para Espanha em 1965 e o meu pai não quis que a minha mãe trabalhasse. Depois do regresso em 1973, o meu pai não conseguia fazer face às despesas e a minha mãe agarrou vários trabalhos, desde ir de madrugada depenar frangos, até fazer algumas limpezas da parte da tarde, e sempre sem descurar a casa. Era assim, ninguém estranhava. 

Claro, que apesar de ter crescido neste ambiente, nunca achei que era assim que devia de ser. Percebi que assim resultava para eles, mas não teria de resultar para mim. Mas o certo é que no comboio já em andamento as coisas vão tomando o seu caminho conforme as necessidades, e não me custa aceitar que devido a horários e a mais ou menos jeito para as coisas, se vá fazendo um determinado caminho e que vai resultando. 

Mas, a idade traz tudo, até a impaciência e a sensação de injustiça. Quando ninguém olha para o lado para ver mais do que o seu umbigo, a paisagem do comboio começa a cansar, porque eu contínuo a olhar para tudo e a ser a responsável por milhentas coisas que fazem parte da vida de todos. De referir que neste momento estamos 4 pessoas no comboio e duas gatas. 

Hoje, quero saber mais de mim e menos dos outros. Contínuo a trabalhar, apesar de fazer gazeta mais vezes, mas em casa continuam a achar que estou no comando e que tudo corre bem porque eu existo.

Bem sei que se eu não estiver (como há 3 anos atrás) tudo funciona e anda, dessa vez  foi poucochinho tempo, mas toda a gente sabe que tudo se resolve quando assim é preciso. Só que antes de ser necessário todos têm medo.

Tudo isto para dizer que o comboio não descarrila porque é tudo boa gente, se assim não fosse já estava fora da linha há algum tempo. Mas tenho que começar aos gritos e a espumar da boca para ver se se assustam e percebem que estamos todos dentro do comboio e aonde pode nos levar, a mim e a eles. 

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