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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Um sonho (parvo)

1 Foto, 1 Texto

Janeiro 24, 2025

imsilva

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Paz, descanso, tranquilidade, tempo, conforto.

Algumas das palavras que deveriam constar na lista da palavra do ano.

Não serão palavras para todos, alguns gostam do bulício, do movimento, da resolução de problemas, do ter que fazer. Lamento, não pertenço a esse grupo. 

A idade traz regalias (supostamente) e a utilização destas palavras a torto e direito, deveria ser uma delas. E não só a utilização, como o proveito todo, completo, sem penas ou agravos.

Vou propor a lei do direito a três dias por semana sem qualquer obrigação ou tarefa, seja ela, ir para o local de trabalho, fazer comer, lavar loiça, por roupa a lavar ou varrer o quintal. Direito a ter um cantinho onde só entrem almofadões e cadeirões confortáveis, uma sombrinha no Verão e uma lareira no Inverno. Mais importante que tudo, entrada livre a todos os livros desejados.

Ok. Agora já chega! Vou trabalhar! 

Os meus últimos dias

52 semanas de 2022 / tema 18 Escreve sobre o teu dia

Maio 04, 2022

imsilva

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Andei desaparecida.

Passei por cá no dia da mãe, e deixei testemunho da nossa falta.

Hoje aproveitando o desafio da nossa Abelhinha Ana, vou escrever sobre os meus últimos dias, provavelmente não serão descrições maravilhosas de coisas boas mas serão testemunhos do que nos acontece por lei de vida e por muito que nos custe.

Entre o saber que íamos perder a nossa mãe e o perde-la vai um longo passo. Conseguimos enganar-nos a nós próprios, fingindo que é falso alarme e que não irá acontecer, pobres parvos.

Nestes dias passamos da dor ao ânimo constantemente. O meu pai precisa de nos ver inteiros, e não podemos defraudá-lo. Fomos (somos)uma família de ciganos, a casa esteve sempre cheia, almoços e jantares sempre com alguém a aparecer, mas como éramos sempre muitos, quando alguém aparecia a mais, nunca havia problema porque era só ir buscar mais um prato.

Talvez por não termos tido muito tempo para estarmos sozinhos, nestes últimos dias temos sentido algo a partir-se cá dentro cada vez que percebemos que não tornaremos a vê-la. Ontem passei pelo cemitério sozinha e ralhei com ela, perguntei-lhe o que estava a fazer ali, aquilo não era o seu sítio, o seu lugar era lá em casa, a receber-nos com o seu sorriso e a dizer - então filha?

Acordo a pensar nela, adormeço a pensar nela, e nela penso em todas as outras horas do dia. Assim têm sido os meus dias, dias em que me imagino dentro de um sonho mau do qual vou acordar em qualquer momento, até ao dia em que vou de nariz ao chão e aí talvez com a dor perceba que não estou a sonhar mas a viver uma triste realidade.

 

Outubro 13, 2021

imsilva

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El sueño, Frida Khalo (1940)

De olhos fechados,  sonhei contigo. Miravas-me de um modo que eu não conseguia decifrar.  Pensei se seria amor ou se seria rancor, mas era com certeza um olhar intenso, um olhar perturbante.

Quis acordar, mas as pálpebras pesavam, não as comandava, não me obedeciam.

Senti-me a pairar algures numa outra dimensão, e com vontade de lá ficar. 

Foi quando o meu corpo estremeceu fortemente,  como se um choque eléctrico o tivesse percorrido. Senti o ar a invadir os meus pulmões e acabei por abrir os olhos, um sentimento de medo se apoderou de mim.

Ao abrir os olhos compreendi.

Afinal não eras a morte, mas sim a vida a chamar-me de volta.

 

Texto no âmbito do desafio da Fátima Bento

 

Setembro 24, 2021

imsilva

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O SONO E O SONHO

A noite tem dois filhos: um chamado Sono e outro chamado Sonho. Gosta, quando o tempo está frio, de os agasalhar debaixo do manto de veludo negro que, umas vezes enfeita com estrelas brilhantes e, outras, com nuvens carrancudas.

O Sono e o Sonho, como todos os irmãos, têm as suas brigas e aborrecimentos. E porquê? Ora, por tantas razões! Mas a principal é esta: é que o Sono gosta de dormir a bom dormir e o Sonho tem o hábito de aparecer pelo meio a meter-lhe fantasias na cabeça.

Quando isso acontece, a mãe, que gosta que a tratem apenas por Noite, sem dona nem senhora atrás do nome, aparece, faz uma festa na cabeça de cada um, dá razão aos dois e depois aconselha:

- Agora vamos dormir, porque amanhã é dia de trabalho.

De quem os dois irmãos não gostam nada é de um primo que têm chamado Pesadelo, porque é feio, irritante e tem o costume de contar histórias de arrepiar que deixam os dois muito trémulos debaixo do manto da Noite.

Um dia destes, o Sono e o Sonho decidiram fazer uma partida ao primo Pesadelo. Sabem como? Fingiram que estavam a dormir muito descansados e deixaram-no aproximar-se. Quando ele se preparava para lhes contar uma daquelas histórias de pôr os cabelos em pé, saltaram os dois da cama com lençóis brancos na cabeça, mascarados de fantasmas e pregaram um tremendo susto ao primo mal encarado que passou muitos meses sem aparecer.

Nesse dia, a Noite cobriu-se com o seu manto de estrelas brilhantes e dormiu até de manhã com os dois filhos enroscados e felizes a seu lado.

José Jorge Letria. In. Histórias do sono e do sonho. Ilustração Justine Brax

Castanho escuro

Vamos pintar com palavras? #12

Abril 07, 2021

imsilva

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A semana passada tive os meus netos em casa. Num daqueles momentos em que não queremos que estejam à frente da televisão, pedi ao mais velho (7 anos) que fosse escrever histórias. Passado um bocado, apresentou-me esta. Tive que lhe dar um fim mais normal (será?), E foi isto que saiu. Disse-lhe para escrever que o urso era castanho, para poder publicar o conto num desafio em que escrevo à quarta feira.  Delirou logo com a ideia, e foi contar à mãe o que eu ia fazer com a sua história. Aqui está ela, até porque não tive tempo de me debruçar sobre a cor esta semana.

 

As irmãs aventureiras

Era uma vez duas irmãs,  a mais velha chamava-se Sónia,  e a mais nova Lara.

Uma noite ouviram um rugido. As irmãs espreitaram pela janela e era um urso castanho e muito grande. 

Então a Sónia teve uma ideia, - vamos investigar! - mas, o quê Sónia? - respondeu a Lara. - vamos investigar se é verdade ou mentira! - Ok! 

Lara belisca-me, e eu faço o mesmo contigo. E a Lara concordou.  Beliscaram-se uma à outra e afinal descobriram que tinha sido mesmo um sonho.

Aproveitem e abracem os vossos peluches favoritos, é muito melhor do que ursos de verdade.

Escrito por Martim Barreiro.

 

Este texto pertence ao Desafio caixa de lápis de cor

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