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pessoas e coisas da vida

pessoas e coisas da vida

Gata em lareira fria

1 Foto, 1 Texto

Março 01, 2024

imsilva

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Este post estava destinado a ser algo poético inspirado pela bela Angie, que posando na lareira, obrigou-me a tirar esta fotografia. Mas, na vida nada está definido ou programado (por muito que pensemos que sim), e houve uma conversa que me deixou inquieta. 

O ser humano e as suas inquietudes, poderia ser o título, mas o que já estava programado pareceu-me o indicado para a foto e não quis mudar.

A vida é curta, hoje sei disso. Quando somos jovens não parece, mas à medida que os anos vão passando apercebemo-nos que é tudo muito rápido. A conclusão a que chego é que não vale a pena tantos sonhos e projectos, a vida dá-nos a volta com uma pinta bruta. Tentemos viver com calma, sem grandes alaridos, protegendo os nossos direitos à nossa quota parte de momentos felizes, à nossa dose de sonhos e desejos concretizáveis, e usufruindo da oferta de um sítio onde se vêm coisas lindas chamadas coisas da natureza. Creio haver poucas coisas mais perfeitas e que dêem tanta felicidade e bem estar como as estrelas, um pôr do sol, uma lua brilhante no meio de veludo escuro, um mar onde ondas se pavoneiam para a frente e para trás, um dia calmas e no outro zangadas, flores de milhentas cores, aromas e formas, árvores de diversos formatos e tamanhos que nos fornecem oxigénio, que ainda nos dão perspectivas de várias cores segundo a estação em que estamos. Todas estas coisas estão aí, ao alcance de quem quiser perder (ou ganhar) algum tempo a saborear. Não é difícil ter momentos felizes sem ter de ir às Maldivas ou ao Hawai.

Mas as mentes dos seres humanos não são todas iguais nem coisa que se pareça. Esqueçam a ideia de que compreendemos os problemas dos outros, que os nossos conselhos são bem vindos, e que conseguimos ver o panorama todo.

Pronto, creio que a gata em lareira fria até fica bem aqui. Porque é assim que algumas pessoas se sentem sem que possamos ajudar.

 

Março 24, 2023

imsilva

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Será a tristeza uma fraqueza? Ou será o condimento que dará à alma a força para tudo mais?

Será a impulsionadora para conseguirmos mais, ou será a derradeira pedra que nos afunda num poço?

Não creio que exista ser humano que não tenha a sua tristeza de estimação, aquela que em certos momentos acarinha e chama amiga, e noutras ocasiões, aquela a quem dá pontapés e manda embora aos gritos sem grandes resultados.

Mas, Srs. tudo com conta e medida. Faz parte da equação, é só fazer bem as contas e acaba por bater certo. É aquela que não nos deixa rejubilar em exagero, quando assim não convém, assim como é aquela que te ajuda a relativizar e a sentir que ainda há sentimentos bons a que nos aconchegamos, como se de um quente sol se tratasse.

Eu sinto-a como um velho casaco confortável, como a imagem no espelho com quem converso, e que conhecendo as minhas mágoas, me diz - Vai, vai descansada, eu guardo-as para ti, quando voltares vão estar à tua espera. Mas agora vai e esquece-as, por agora.

E eu, aproveito, e vou.

Há quem diga que ando "taciturna", talvez seja só a constatação do mundo que temos, quando já não somos tão jovens para andarmos com os amigos de borga, sem mais preocupações. É a constatação de que ao fim de tantos anos sabemos que não é fácil, aproveitamos o que podemos e confirmamos que há coisas que são mesmo assim.

Vinicius de Morais disse ; Tristeza não tem fim, Felicidade sim. Quem se atreve a desdizer...?

Janeiro 20, 2023

imsilva

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Hoje sinto-me perdida.

Estive até agora a pensar o que poderia escrever no blog, já que é sexta-feira, dia de publicação, e não estava fácil. Decidi que tinha de tentar alguma coisa, nem que fosse o facto de estar em off.

Fui à procura de uma fotografia que combinasse com o meu estado de espírito, e encontrei esta, tirada durante uns dias de descanso em Tomar.

Se estou deprimida? Não será bem assim, é mais um vazio que me deixa sem paciência (como se normalmente tivesse muita).

Todos sabemos que a vida não é fácil e que não precisamos de nos castigar com pequenos quês e porquês que vão surgindo nos cantinhos da alma, mas, como bons seres humanos que somos, gostamos de moer e arranjar motivos para ficarmos em off e poderemos dizer o quão infelizes nos sentimos por isto e por aquilo.

Se formos analisar os factos e a conjuntura da coisa, é tudo (quase) mentira, não estamos mal, nem nos falta carinho e atenção, então por que raio não nos contentamos com o que temos e agradecemos por isso?

Porque não e pronto!

Esse banco não vai ficar sozinho. Em pensamento, vou-me lá sentar e respirar aquele ar fresco com cheirinho a natureza, agradecer as pessoas à minha volta e agradecer tudo o que tenho na minha vida.

Vou dar um pontapé no baixo astral, vou olhar para o céu e sejam nuvens ou seja sol o que lá encontrar, vou sorrir e fazer algo pela vida.

Se vai resultar é que eu não sei...

Julho 29, 2022

imsilva

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E sem ti, mãe, continuamos a caminhar

Sempre à espera de te encontrar

ao virar de uma esquina, ou sentada a costurar

mas, estupidamente tu não estás

e nós continuamos a caminhar

e a perguntar; onde estás?

Falta-nos um pedaço, estamos incompletos

mas seguimos com um sorriso

precisamos de sorrir e assim

dar forças a quem as não tem

São três meses de estupefacção

de dúvidas e incertezas

de dor e tristeza

de uma tristeza serena 

que absurdamente se apoderou 

das almas e dos corações 

de quem te amou, de quem te ama

de quem te recorda, hoje e sempre!

 

Novembro 06, 2020

imsilva

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Chegava sempre à mesma hora

Sentava-se sempre na mesma pedra

Deixava os pés tocarem na água devagarinho, como se não quisesse partir o espelho onde via a sua imagem, mas era impossível.

Assim que tocava com o mais pequeno pedaço de si, a imagem reflectida distorcia-se e esfumava-se.

Era isso que sentia na sua alma, quando queria tocá-la, entendê-la, ajudá-la, esfumava-se por outros espaços, por entre espelhos de água noutro além.

E então chorava. Sentia-se perdida, sem rumo, sem chão.

Tentava ver o caminho, tentava com muita força imaginar um futuro, mas tudo se esbatia na impossibilidade de cura de quem lhe iluminava a vida. 

Naquele dia, desesperada, bateu com força os seus pés na água.

Naquele dia, não queria mesmo ver a sua imagem reflectida em espelho de água algum.

 

Desafio da Mel e da Mula

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