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O que é o racismo? Qual racismo? O que sentimos em relação ao vizinho que teima em ouvir música em altos berros? Ou em relação à senhora que se senta todos os dias no banco do pequeno jardim a rogar pragas aos pombos e às crianças que passam a correr?
Será que a cor de alguém interessa ou será só a condição humana desse alguém que conta.
Sou de ódios de estimação, poucos mas fortes. O senhor que tratou mal o funcionário que mais não fazia do que fazer o seu trabalho, ou o que olhou mais do que a conta para a funcionária que ficou incomodada. Nenhum deles vai tornar a ver-me os dentes. Estes são alguns dos exemplos do meu trabalho que me fazem ser racista, porque são da raça dos parvos.
Tenho como experiência pessoal, os ciganos. Temos por cá famílias que sempre cá viveram, uns entraram na nossa comunidade, conviveram e cresceram connosco e ninguém se lembra de que raça são, outros (familiares dos primeiros) continuam dentro do seu mundo, recebendo subsídios e coçando o cu pelas paredes.
Também por cá temos gente, dita de raça branca, que não passam de uns pobres desgraçados, que nunca souberam o que era trabalhar e que vão corroendo a vida dos pais pouco a pouco, até estes faltarem e descerem mais um degrau, andando a arrumar carros. Não são produtivos, recebem também subsídios e não vieram de fora.
No meu restaurante, se não fossem os brasileiros que tenho a trabalhar comigo, estava tramada porque não aparecem portugueses a pedir emprego. Tenho 10 brasileiros e gosto muito deles. São jovens, alguns nem os pais têm por cá e vou servindo de mãezinha. Protego-os, e preocupo-me com as suas vidas e com as suas condições de habitação intervindo quando necessário.
O que será realmente o racismo, terá mesmo a ver com raças, ou com pessoas simplesmente?