Dezembro 23, 2019
imsilva
José é um menino de 10 anos e vive em Moçambique. José e a sua família refugiaram-se nas montanhas, juntamente com milhares de outros moçambicanos, fugindo das inundações monstruosas que assolaram o país.
José vivia fora da grande cidade, e quando finalmente, puderam regressar à sua aldeia e ao seu lar, viram o que restava das suas casas, numa desolação total. Os escombros e as ruínas pesaram-lhes na alma, mas não havia mais nada a fazer, senão tentarem melhorar o pouco que havia, e ter esperança de que pouco a pouco, tudo voltaria ao normal.
José tem muita sorte, pois os seus pais e irmãos estão vivos, apesar de terem perdido outros membros da sua família.
Mas aproximava-se o Natal, e José que gostava tanto dessa época, perguntou um dia a sua mãe, como seria agora que tinham perdido tudo, como poderiam festejar a quadra no meio de tanta tristeza e com tanta falta de meios, mesmo para as coisas mais essenciais à sua sobrevivência.
A mãe ficou pensativa, e depois acabou por responder-lhe, que para festejar o nascimento de Jesus, não eram necessárias assim tantas coisas, que era muito mais simples do que isso, e pediu a José para ir arranjar barro, que era uma coisa nada difícil de encontrar naquelas condições. José com os olhos a brilhar, apressou-se a ir buscar o precioso material, que iria ajudá-los a viver o Natal.
Depois de a mãe ter explicado o que teriam que fazer, todos meteram mãos à obra, pois tratava-se de fazer um presépio.
José, pediu imediatamente para ser ele a fazer o menino Jesus, e com o seu bocadinho de barro nas mãos, com muito cuidado e ternura, começou a moldar um pequeno corpo, que começando a tomar forma toscamente, se foi transformando num pequeno mas muito amado menino Jesus.
Quando todos terminaram o seu trabalho, juntaram uns bocadinhos de madeira, e contruiram a cabana que serviria para acolher as figuras saídas de um simples bocado de barro.
José olhou para o presépio, e depois para a mãe. Os seus olhos brilharam como raios de luar, a sua boca formou o mais belo dos sorrisos e pensou que nunca tinha visto um presépio tão bonito.
Neste Natal, não vai haver prendas, bolos ou chocolates em casa de José, mas sim um amor enorme e muita fé no dia de amanhã, e creio que também a recordação de um Natal que apesar de tudo, é dos mais bonitos que alguma vez José viverá.
Que tenham o melhor Natal possível, que não vos falte companhia, amor e que a solidariedade esteja convosco! Um muito feliz Natal! 💝